Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLIV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Porto, 11 a 12 de outubro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 55
Investigação Original
#113 Estudo da relação entre a inclinação do incisivo maxilar, a discrepância RC-OC e a DTM
a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, Faculdad de Odontologia Universidad Complutense de Madrid
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Investigação Original
Pages - 55
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Article History
Received on 11/10/2024
Accepted on 11/10/2024
Available Online on 11/10/2024
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Resumo
Objetivos: Pretende-se avaliar a existência de uma relação entre a inclinação do incisivo maxilar, a discrepância entre a posição de Relação Cêntrica e Oclusão Cêntrica (discrepância RC-OC) e a presença de Disfunção Temporomandibular (DTM), com recurso a análise cefalométrica, registos virtuais de dinâmica mandibular, e análise de questionários do protocolo de Critérios de Diagnóstico para os Distúrbios Temporomandibulares (CD-DTM). Métodos: Realizou-se um estudo retrospetivo que incluiu uma amostra de 83 pacientes com registos ortodônticos iniciais completos, dos quais se obteve informações relativas ao sexo, idade, classe dentária e classe esquelética. Foram aplicados critérios de exclusão referentes a intervenções cirúrgicas, alterações craniofaciais decorrentes de trauma ou patologia, ou outro tipo de tratamentos, tais como o ortodôntico ou o neuromuscular. Mediu-se a inclinação do incisivo maxilar em relação à linha A-Pogonion (Apo), ao plano palatino (PP), ao plano oclusal (PO) e à linha Nasion-ponto A (NA). Mediu-se a discrepância RC-OC em registos de dinâmica mandibular com o programa informático Twim™. Foram analisados questionários do eixo I do protocolo CD-DTM, atribuindo-se um diagnóstico positivo ou negativo de DTM. Realizaram-se análises estatísticas descritivas, associativas e comparativas entre as variáveis estudadas. Considerou-se um nível de significância de 5% para os testes estatísticos (p<0,05). Resultados: Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas na comparação da inclinação do incisivo maxilar em relação ao plano palatino com a DTM (p=0,030), sendo a inclinação inferior nos casos de DTM positiva; na relação entre a discrepância transversal RC-OC e a DTM (p=0,001), sendo superior nos casos de diagnóstico positivo (0,60±0,45); na associação da inclinação do incisivo maxilar em relação à classe dentária quando medida em relação ao plano palatino (p=0,008) e à linha NA (p=0,032) e em relação à classe esquelética quando medida em relação à linha NA (p=0,006). Não se encontraram diferenças estatisticamente significativas entre a discrepância RC-OC e a inclinação do incisivo maxilar (p>0,05). Conclusões: Os resultados desta investigação sugerem que a retroinclinação do incisivo maxilar poderá ter associação com a DTM. A discrepância transversal RC-OC pode ser um indicador de risco para o desenvolvimento de DTM.