Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLIV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Porto, 11 a 12 de outubro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 33
Investigação Original
#069 Prevalência de lesões orofaciais pós-traumáticas em crianças com idade escolar
a Universidade Católica Portuguesa – FMD – Viseu
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Investigação Original
Pages - 33
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Article History
Received on 11/10/2024
Accepted on 11/10/2024
Available Online on 11/10/2024
Keywords
Resumo
Objetivos: O trauma orofacial tem vindo a aumentar drasticamente nos últimos anos, podendo afetar, de forma isolada ou não, várias regiões anatómicas. São objetivos deste estudo a análise da prevalência de lesões orofaciais pós-traumáticas numa população de crianças e classificá- -las de acordo com a etiologia, tipo de lesão, tecido envolvido e local de origem. É objetivo específico compreender de que forma as lesões pós-traumáticas podem afetar as vítimas ao longo da sua vida. Métodos: Estudo observacional transversal, realizado em duas escolas públicas do concelho de Viseu durante o mês de abril de 2024. Foram incluídas crianças com idades entre os 3 e os 13, a quem foram entregues inquéritos em papel. Após a recolha dos dados foi feita a sua codificação e inserção numa base de dados utilizando o software Microsoft Excel. Foi realizada a análise estatística descritiva e inferencial com recurso ao software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 25, com nível de significância p definido a 0.05. Resultados: Este estudo incluiu uma população total de 392 crianças, sendo que 23,5% (92[392]) da população em estudo sofreu algum tipo de lesão orofacial. A maior prevalência verificou-se em crianças com idades entre 6-10 anos. As lesões mais frequentes foram as dentárias (52,2%), com maior envolvimento dos dentes incisivos. As lesões intra-orais foram as que demonstraram maior impacto na qualidade de vida das vítimas (66,7% (28[42])). A maioria das lesões ocorreram no domicílio (48,9%). 36,9% não procuraram ajuda médica e apenas 4,4% dos cuidadores relatou uma atitude mais direcionada ao trauma orofacial. A maioria dos cuidadores inquiridos afirma existir pouca divulgação sobre a correta gestão da situação traumática. Conclusões: As lesões orofaciais demonstram ter uma prevalência significativa, e um impacto considerável na qualidade de vida das vítimas. Quando analisada a literacia dos cuidadores é percetível que a maioria não sabe como proceder ao tratamento imediato da lesão traumática. Com vista à redução das consequências biopsicossociais associadas, campanhas de prevenção deveriam ser realizadas, a nível nacional, por entidades competentes.