Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLIV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Porto, 11 a 12 de outubro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 28
Caso ClÍnico
#059 Determinação da relação cêntrica através do ponto central de apoio – Caso clínico
a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 28
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Article History
Received on 11/10/2024
Accepted on 11/10/2024
Available Online on 11/10/2024
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Resumo
Introdução: A determinação da relação cêntrica é um passo importante para a execução de uma prótese total. Existem diversos mecanismos para a registar, quer pelo método passivo, quer pelo método ativo no qual se inclui o ponto central de apoio. Descrição do Caso Clínico: Paciente do género masculino, de 64 anos, dirigiu-se à faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa com o intuito de realizar novas próteses removíveis. Paciente com historial de AVC e enfarte. No momento da consulta encontrava- -se em lista de espera para a realização de cateterismo cardíaco, pelo que a opção de reabilitação com implantes não foi considerada. No dia da consulta do registo maxilomandibular, para além de terem sido registadas todas as referências necessárias para a montagem de dentes, foi também determinada a relação cêntrica com o ponto central de apoio, utilizando para o efeito, o Balanceador de Coble. A placa estabilizadora foi fixada com cera rosa na placa de registo inferior e sobre a mesma colocado um disco metálico. Na placa superior o pino metálico foi colado com cera colante. Ambas as placas de registo foram colocadas na cavidade oral do paciente e foi-lhe pedido a realização de movimentos repetidos de lateralidade, protrusão e retrusão. Estes movimentos resultaram no desenho de uma seta causada pelo deslize do pino sobre o disco metálico. De seguida, colocou-se por cima do disco metálico um disco de acrílico, e marcado o ponto mais anterior da seta, indicando a posição mais retruída da mandíbula. Nesse ponto, realizou-se um orifício com uma broca esférica. O disco metálico foi removido, ficando apenas o disco de acrílico. Ao colocar novamente as placas de registo, desta vez com o disco de acrílico, pediu-se ao paciente para fazer coincidir o furo do disco com o pino superior. Após o encaixe, o registo foi estabilizado com silicone de consistência regular em ambos os lados das placas de registo. Discussão e Conclusões: Foi possível observar a aplicabilidade e a vantagem em utilizar o Balanceador de Coble na medida em que é um dispositivo que permite registar a relação cêntrica do paciente com grande rigor, mesmo em casos em que este tem grande dificuldade em levar a mandíbula à posição correta. Neste caso só foi necessário realizar uma consulta de prova de dentes, visto que a oclusão não apresentava erros. Existem ainda algumas limitações quanto a esta técnica, nomeadamente a existência obrigatória de uma curva de aprendizagem por parte do clínico.