Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLIV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Porto, 11 a 12 de outubro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 19
Caso ClÍnico
#039 Diagnóstico e abordagem na adolescência de trauma dentário infantil
a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 19
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Article History
Received on 11/10/2024
Accepted on 11/10/2024
Available Online on 11/10/2024
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Resumo
Introdução: Situações de trauma dentário na segunda infância podem manifestar sinais e/ou sintomas na adolescência. O trauma durante o desenvolvimento radicular pode originar uma necrose pulpar, que potencia a malformação da raiz. Estes casos podem apresentar um ápice aberto e perda do tecido ósseo adjacente. O presente caso clínico mostra uma abordagem de tratamento de uma lesão apical extensa num dente com ápice aberto. Descrição do Caso Clínico: Paciente de 16 anos, do género masculino, com história de trauma dentário aos 7 anos e ausência de patologias/ medicação. Apresentava fístula vestibular no dente 12 com ausência de sintomas. Na radiografia foi possível visualizar uma lesão apical que envolvia as raízes dos dentes 11, 12 e 13, bem como a presença de um ápice aberto no dente 11. Os dentes apresentaram uma resposta normal aos testes de sensibilidades, exceto o dente 11, que testou negativo ao frio. Foi estabelecido o diagnóstico de necrose pulpar com periodontite apical crónica assintomática no dente 11 e planeado o tratamento endodôntico com apexificação. O tratamento foi realizado em sessão múltipla, sob isolamento absoluto e ampliação. Na primeira sessão, foi realizada a desinfeção com hipoclorito de sódio (Chloraxid 5,25% , Cerkamed, Polónia) e a colocação de barreira apical com material biocerâmico (Totalfill Fast Set Putty, FKG, Suiça). Na segunda sessão, o canal foi preenchido com resina de polimerização dupla (Core-X Flow, Dentsply, EUA) e a cavidade de acesso restaurada em resina composta (Tetric Evoceram, Ivoclar, Liechtenstein). O paciente foi acompanhado e monitorizado aos seis meses, verificando-se evidência radiográfica de total formação óssea da lesão e ausência clínica de fístula. Discussão e Conclusões: No presente caso, a localização da fístula e extensão da lesão promoveram dificuldades de diagnóstico. Por conseguinte, a utilização de diversos meios de diagnóstico, bem como a realização de uma correta história clínica, foram importantes no planeamento de uma abordagem conservadora. Concomitantemente, é essencial a correta aplicabilidade de materiais e técnicas face às dificuldades de obturação e segurança nos procedimentos de desinfeção inerentes a dentes de ápice aberto. A abordagem apresentada neste caso permitiu um tratamento conservador com um resultado clínico satisfatório, verificado num controlo a seis meses.