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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Porto, 11 a 12 de outubro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 12


Caso ClÍnico

#024 Carcinoma epidermóide da língua – Apresentação atípica


a ULS São João

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Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 12
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Received on 11/10/2024
Accepted on 11/10/2024
Available Online on 11/10/2024


Introdução: O carcinoma epidermóide é o tumor maligno mais frequente da cavidade oral e afeta geralmente homens com mais de 65 anos, com hábitos tabágicos e etílicos. Tem- -se verificado, no entanto, um aumento da incidência deste tumor em mulheres jovens, sem os fatores de risco habituais. Na cavidade oral, surgem frequentemente na língua, porções posterolateral e ventre, como massas duras e indolores ou lesões ulcerativas. A disseminação linfática é comum, através dos gânglios dos níveis I a III, e metastiza à distância para o pulmão, fígado e osso. Consoante o estadio tumoral, a abordagem terapêutica consiste em cirurgia, com possibilidade de radio e quimioterapia, adjuvante ou neoadjuvante. Descrição do Caso Clínico: Doente de 38 anos, professora de flauta e saxofone, a amamentar, sem outros antecedentes ou hábitos relevantes, recorreu à urgência devido a úlcera da língua com 15 dias de evolução. Constatou- se a presença de uma lesão vegetante, de 15 milímetros, no terço médio do bordo lateral esquerdo da língua, bem delimitada, dolorosa e associada a otalgia e odinofagia desde há 2 meses. Foi submetida a biópsia incisional, que revelou um carcinoma epidermoide queratinizante moderadamente diferenciado, com invasão muscular. A lesão foi estadiada como cT2NxM0 e a doente foi submetida a hemiglossectomia esquerda e esvaziamento ganglionar cervical seletivo bilateral numa abordagem conjunta entre a Estomatologia e a Otorrinolaringologia. A análise histológica da peça cirúrgica mostrou margens livres de tumor, com lesão a mais de 5 milímetros (à exceção da inferior que foi alargada após exame extemporâneo), e ausência de invasão ganglionar, determinando uma lesão pT2N0M0R0. O pós- -operatório decorreu com melhoria progressiva da sensibilidade da língua e excelente preservação da função de órgão. Atendendo aos resultados, a doente mantém vigilância. Discussão e Conclusões: O carcinoma da cavidade oral é comumente diagnosticado em fase avançada, dado que apenas se torna evidente ao atingir maior dimensão e invasão local. A invasão linfática acontece muito rapidamente, sendo frequente a necessidade de tratamento adjuvante após cirurgia. Neste caso, a rápida abordagem diagnóstica - apesar do desafio da apresentação clínica - e o tratamento precoce resultaram na excisão de um tumor não disseminado, através de uma cirurgia conservadora de órgão, sem necessidade de terapia adjuvante, o que minimizou a limitação funcional (e profissional) da doente.


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