Resumo

Introdução: O carcinoma epidermóide é uma neoplasia maligna comum da cavidade oral, que frequentemente acomete o maxilar. O tratamento pode incluir maxilectomia seguida de radioterapia adjuvante, procedimentos que frequentemente resultam em defeitos anatómicos e funcionais significativos. A reabilitação oral complexa é essencial para restaurar a função mastigatória, a fala e a estética, e muitas vezes envolve o uso de próteses obturadoras. No entanto, a adaptação a essas próteses pode ser desafiadora, especialmente em pacientes com múltiplas comorbidades. Descrição do Caso Clínico: Homem de 69 anos, ex-fumador, com antecedentes de fibrilhação auricular, diabetes mellitus, dislipidemia, gangrena de Fournier e doença arterial periférica. O doente foi diagnosticado com carcinoma epidermóide da maxila direita e submetido a maxilectomia seguida de radioterapia adjuvante em 2012, com colocação de prótese obturadora para correção do defeito. Por má adaptação, o doente foi submetido a uma reconstrução com implante subperiósteo individualizado e encerramento com retalho de músculo temporal, sem intercorrências. Três meses após esta intervenção, foi necessário um procedimento adicional utilizando retalhos locais para encerrar a comunicação oronasal remanescente. Discussão e Conclusões: A reconstrução maxilar complexa e individualizada com implantes e retalhos musculares pode oferecer uma solução eficaz em doentes com defeitos da cavidade oral pós-maxilectomia, melhorando a estabilidade da prótese e, consequentemente, a função oral.