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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Porto, 11 a 12 de outubro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 10


Caso ClÍnico

#021 Osteonecrose dos maxilares associada a medicamentos ou metástase? Relato de caso clínico


a Unidade Local de Saúde de São João

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Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 10
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Received on 11/10/2024
Accepted on 11/10/2024
Available Online on 11/10/2024


Introdução: A metastização óssea é frequente em diversos carcinomas, sendo que o carcinoma da mama é apontado como o que mais metastiza para os maxilares. Nestes doentes, para prevenir, controlar e tratar a ação osteolítica tumoral, terapêuticas anti-reabsortivas, como os bifosfonatos, são frequentemente usadas. Contudo, estes fármacos aumentam o risco de uma condição designada por osteonecrose dos maxilares. A osteonecrose dos maxilares associada a medicamentos é caracterizada por osso exposto ou sondável por mais de 8 semanas em doentes sob ou com história pregressa de terapêutica anti-reabsortiva. Assim, em doentes oncológicos o aparecimento de lesões ósseas dos maxilares poderá traduzir um complexo diagnóstico diferencial, do qual fazem parte as metástases ósseas e a osteonecrose associada a medicamentos. Descrição do Caso Clínico: Mulher de 71 anos, com diagnóstico de carcinoma da mama com metastização torácica e óssea difusa, sob tratamento quimioterápico com Carboplatina e Gencitabina e tratamento anti-reabsortivo com Ácido Zolendrónico, recorre ao Serviço de Urgência da Unidade Local de Saúde de São João com um quadro de provável peri-implantite no 4º Quadrante com 5 meses de evolução. Tratava-se de uma doente edêntula, reabilitada com prótese sobre implantes. Durante o processo de investigação diagnóstica apresentou por um período superior a 2 meses a presença de múltiplos focos de sondagem de osso com drenagens purulentas escassas sobre a crista alveolar do 4º quadrante, tendo posteriormente desenvolvido nessa mesma localização uma área de exposição óssea. Foi realizado um diagnóstico presuntivo de osteonecrose dos maxilares associada a medicamentos e realizado estudo anatomopatológico, microbiológico e imagiológico para confirmação etiológica e definição de plano terapêutico médico-cirúrgico. Discussão e Conclusões: Os avanços científicos na gestão de doentes oncológicos têm vindo a aumentar a sua sobrevida, levando ao uso frequente de terapêutica anti-reabsortiva. A prevalência de osteonecrose dos maxilares neste grupo é de aproximadamente 3% . A gestão destes doentes é complexa, pois a abordagem cirúrgica implica, muitas vezes, a suspensão temporária da quimioterapia, o que poderá comprometer o controlo da doença oncológica de base. Portanto, uma abordagem multidisciplinar é essencial para uma decisão conjunta no diagnóstico e tratamento, tendo sempre presente o bem-estar do doente oncológico.


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