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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Porto, 11 a 12 de outubro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 9


Caso ClÍnico

#019 Carcinoma verrucoso da cavidade oral: Desafios no diagnóstico


a Unidade Local de Saúde Lisboa Norte, Instituto Português de Oncologia do Porto

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Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 9
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Received on 11/10/2024
Accepted on 11/10/2024
Available Online on 11/10/2024


Introdução: O carcinoma verrucoso é uma variante do carcinoma espinhocelular com características morfológicas e clínicas específicas. Apesar da baixa atividade mitótica e do seu crescimento lento, pode infiltrar tecidos adjacentes em estadios avançados, embora a sua taxa de metastização seja reduzida. O local mais frequentemente afetado é a cavidade oral e a sua etiologia é multifatorial, incluindo hábitos tabágicos e/ou alcoólicos, infeções pelo vírus do papiloma humano (HPV) e irritação crónica da mucosa por trauma repetido. Descrição do Caso Clínico: Doente do sexo feminino, 92 anos, com antecedentes pessoais de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus tipo 2, recorreu ao serviço de urgência por lesão da língua com mais de 6 meses de evolução, sem dor associada. Ao exame objetivo intraoral, desdentada total superior e inferior, reabilitada com próteses removíveis. Apresentava lesão exofítica verruco-papilomatosa de superfície esbranquiçada com atingimento do ápex lingual e extensão à transição do terço anterior-terço médio da língua, face ventral e pavimento da boca paramediano esquerdo. Sem adenopatias palpáveis. Procedeu -se a biópsia incisional do ápex da língua, cujo resultado da anatomia patológica revelou ´papilomatose do epitélio papilomatoso estratificado com paraqueratose focal, sem displasia”. Dada a elevada suspeita de malignidade associada, optou-se por realizar nova biópsia, que, desta vez, confirmou a suspeita de Carcinoma Verrucoso, em estadio local pT2. Discussão e Conclusões: A precisão do diagnóstico anatomopatológico depende da obtenção de uma amostra de tecido representativa da lesão, o que nem sempre é garantido, especialmente em tumores de características heterogéneas ou de difícil acesso. Neste trabalho, destaca-se a importância de uma correta avaliação das lesões orais por profissionais treinados e experientes, bem como uma comunicação estreita entre o médico assistente e o médico anatomopatologista.


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