Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLIV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Porto, 11 a 12 de outubro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 8
Caso ClÍnico
#016 Particularidades clínicas do planeamento ao pós-operatório no Quad-Zygoma
a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, Porto, Portugal
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 8
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Article History
Received on 11/10/2024
Accepted on 11/10/2024
Available Online on 11/10/2024
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Resumo
Introdução: A reabilitação oral sobre implantes zigomáticos constitui uma possível opção de tratamento em casos de atrofia do maxilar superior. Com este tipo de abordagem protética fixa minimiza-se o número de cirurgias e o tempo de tratamento, mantendo-se as expectativas do sucesso do tratamento. Entre as diferentes opções protéticas para tratar pacientes com maxilas atróficas o Quad-Zygoma é proposto nos casos mais graves. Este trabalho tem como objetivo apresentar um caso clínico que ilustra este tipo de reabilitação, focando algumas das suas particularidades desde o planeamento, tratamento à abordagem no pós-operatório. Descrição do Caso Clínico: Paciente adulto, caucasiano, do género feminino, recorreu a tratamento médico dentário para realização de uma reabilitação oral do maxilar superior com atrofia óssea grave. Da história clínica salientava- se a presença de hipertensão arterial controlada, doença de Crohn e antecedentes de perda de implantes dentários. O planeamento pré-cirúrgico foi efetuado após exame extra e intraoral, e, estudo radiográfico (radiografia panorâmica e tomografia computorizada de feixe cónico) que comprovaram a inexistência de osso no rebordo alveolar, existindo apenas cortical nasal na zona da pré-maxila. Após consentimento informado optou-se por colocar quatro implantes zigomáticos (Quad-Zygoma), pela técnica extramaxilar, sob anestesia geral, com colocação imediata de uma prótese provisória em resina acrílica, para suprimir as necessidades funcionais e estéticas do paciente. O pós-operatório decorreu praticamente sem dor ou com dor ligeira, de fácil controlo, sendo indicada analgesia oral, corticoterapia, antibioterapia para o domicílio e aplicação de gelo na face. Discussão e Conclusões: A reabilitação oral suportada por implantes zigomáticos não faz parte da rotina do médico dentista, devendo-se restringir, quer pela complexidade do procedimento, quer pelas complicações pós-operatórias que pode acarretar, apenas a situações de atrofia significativa do maxilar superior. Neste caso clínico em concreto a decisão de colocação de quatro implantes zigomáticos é justificada pelo facto de esta ser a que mais provavelmente terá sucesso, tendo em conta as caraterísticas do paciente.