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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIV Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Porto, 11 a 12 de outubro de 2024 | 2024 | 65 (S1) | Page(s) 7


Caso ClÍnico

#014 Tumor Fibroso Solitário: relato de caso raro na cavidade oral


a ULS São José

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Volume - 65
Supplement - S1
Caso ClÍnico
Pages - 7
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Received on 11/10/2024
Accepted on 11/10/2024
Available Online on 11/10/2024


Introdução: O tumor fibroso solitário (TFS) é uma neoplasia mesenquimatosa rara, representando menos de 2% dos tumores de tecidos moles. Embora a pleura seja o local mais afetado, o TFS pode surgir em outras regiões, sendo a maioria dos casos extrapleurais benignos. O TFS oral é extremamente raro, correspondendo a cerca de 3% dos casos de TFS, sendo mais prevalente em mulheres de meia-idade. A variante benigna é mais comum na mucosa jugal, enquanto a maligna geralmente acomete a língua. O diagnóstico usualmente é incidental, devido ao crescimento lento e indolente do tumor, podendo incluir sintomas como dor, disfagia e disartria. Relatamos um caso de TFS numa localização atípica na cavidade oral, destacando a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado, e discutindo a abordagem clínica, imagiológica, histológica e imunohistoquímica desta condição. Descrição do Caso Clínico: Mulher de 25 anos, sem antecedentes clínicos relevantes, foi referenciada à estomatologia por tumefação gengival na mandíbula, com cinco anos de evolução e crescimento lento, sem história de trauma ou sintomas associados. O exame clínico revelou um nódulo submucoso na gengiva lingual adjacente aos dentes 31 e 41, com 1x1cm, de consistência fibroelástica, limites bem definidos, indolor à palpação e sem alterações mucosas, sinais de hemorragia ou supuração. Os dentes adjacentes estavam clinica e imagiologicamente saudáveis. A biópsia excisional confirmou a natureza benigna da lesão, com estudo imunohistoquímico positivo para STAT-6, CD34 e BCL2, e negativo para S-100, compatíveis com TFS. Não foram observados critérios de malignidade e a doente não apresentou recidiva até a data. Discussão e Conclusões: O diagnóstico de TFS oral é desafiante, devido às semelhanças clínicas com outras lesões reativas e neoplásicas mais comuns na cavidade oral. O diagnóstico definitivo geralmente exige biópsia, análise histopatológica e imunohistoquímica, devido à variabilidade nos diagnósticos diferenciais microscópicos. A excisão total é o tratamento preferencial, pois minimiza complicações e recidivas, estando associada a um prognóstico excelente. Embora o TFS oral apresente um potencial de malignização inferior a 10%, é essencial um tratamento e seguimento adequados para garantir um bom prognóstico. Este caso destaca a importância de considerar o TFS no diagnóstico diferencial de massas orais e confirma a eficácia do tratamento cirúrgico para um resultado favorável.


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