Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXIV Reunião Científica Anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial Lisboa, 5 e 6 de maio de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 55
#SPODF2023-1 Tratamento de caninos inclusos no palato: O estado da arte
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Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 64
Supplement - S1
Pages - 55
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Article History
Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023
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Resumo
Introdução: A incidência de caninos inclusos superiores é de 2,5% em pacientes ortodônticos, representando a impactação por palatino e por vestibular, 85% e 15% do total respetivamente. Quando detetado precocemente, a extração do canino decíduo corrige a erupção do canino incluso no palato em cerca de 68% dos casos. Se a condição não melhorar, a exposição cirúrgica e posterior movimentação ortodôntica é o tratamento indicado. Há dois métodos de exposição cirúrgica, a técnica fechada e a técnica aberta. Em casos de localização vestibular, a técnica fechada é a recomendada. Se localizado no palato ambas as técnicas são utilizadas. Pretende-se fazer uma revisão dos resultados clínicos avaliados tanto por profissionais como pelos pacientes no tratamento dos caninos inclusos no palato com especial atenção ás técnicas de exposição cirúrgicas. Serão apresentados casos clínicos. Métodos: Revisão bibliográfica recorrendo à PubMed e Cochrane Library. Resultados: Relativamente ao tempo da cirurgia de exposição alguns estudos mostram não existir diferença entre as duas técnicas enquanto outros mostram ser mais rápida com a técnica aberta. A dor pós-operatória parece durar menos tempo com a técnica fechada. As complicações pós-operatórias variam sendo as mais comuns a descolagem do botão com dispositivo de tração na técnica fechada e o recobrimento da janela cirúrgica no palato pela mucosa palatina na técnica aberta, ambas levando á necessidade de se repetir a cirurgia, algo que parece ocorrer mais frequentemente na técnica aberta. Relativamente á fase de movimentação ortodôntica do canino, alguns estudos mostram uma duração de tratamento idêntica com as duas técnicas, outros mostrando uma duração mais curta com a técnica fechada. Num estudo prospetivo randomizado onde Ionómero de Vidro foi utilizado como tamponamento na técnica aberta, o tempo de cirurgia não diferiu significativamente entre as técnicas. A dor sofrida pelos pacientes no mês que se seguiu à cirurgia foi mais acentuada com a técnica aberta. Durante a tração ortodôntica do canino, a técnica fechada provocou mais dor. O tempo de erupção do canino foi mais curto com a técnica aberta. Conclusões: Não existe consenso quando ás vantagens e desvantagens de cada uma das duas técnicas utilizadas. Implicações clínicas: A escolha da técnica cirúrgica e subsequente fase ortodôntica é o resultado da experiência individual dos Ortodontistas, Cirurgiões Orais ou Odontopediatras. Estudo financiado pela Universidade de Oslo.