Resumo

Objetivos: Avaliar se existe correlação entre o volume da via aérea superior e o tipo facial, em pacientes não tratados ortodônticamente, com idades compreendidas entre os 8 e os 18 anos de idade, com recurso a Tomografia Computadorizada de Feixe Cónico. Materiais e métodos: A amostra foi constituída por 60 pacientes de uma clinica de ortodontia, entre os 8 e os 18 anos de idade, que preenchia os seguintes critérios de inclusão: sem história de tratamento ortodôntico nem cirurgia ortognática, sem anomalias craniofaciais, ter um TCFC de qualidade e sem artefactos e ainda ter o registo da variável sexo e data de nascimento. Os pacientes foram selecionados de acordo com o seu tipo facial e distribuídos por 3 grupos (20 dolicofaciais, 20 mesofaciais e 20 braquifaciais) e cada grupo composto por 10 pacientes femininos e 10 masculinos. A análise do tipo facial foi realizada pelo método cefalométrico de R. M. Ricketts e o volume da via aérea orofaríngea calculado de acordo com o polígono de estudo proposto por De Oliveira, Calcagnotto, com recurso ao software Nemoceph Dental Studio. Os dados foram analisados com o programa SPSS, versão 26 para Windows, testes ANOVA, Tukey HSD e T-Student. Resultados: Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os 3 tipos faciais para as variáveis em estudo do espaço aéreo orofaríngeo (p > 0.05). Contudo, foram registadas diferenças estatisticamente significativas entre os 3 tipos faciais relativamente a todas as variáveis dento-esqueléticas (p < 0.001). Nomeadamente, os valores de Altura Facial Inferior e Plano Mandibular foram mais elevados no grupo dolicofacial, seguindo-se o grupo mesofacial e o grupo braquifacial. Já a Profundidade facial, o Arco Mandibular e o Eixo facial têm valores mais elevados no grupo braquifacial, seguindo-se o grupo mesofacial e por último o grupo dolicofacial. Conclusões: Não foi encontrada uma relação estatisticamente significativa entre o tipo facial e o volume aéreo orofaríngeo.