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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 24


#055 Enxerto Gengival Livre Modificado, Uma Técnica Inovadora





Volume - 64
Supplement - S1

Pages - 24
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Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/11/2023


Introdução: A recessão gengival, definida pela migração da margem gengival no sentido apical em relação à junção amelocementária (JAC), é um achado frequente na população geral. Os incisivos mandibulares são particularmente suscetíveis a este tipo de defeitos, todavia associam-se a piores taxas de sucesso terapêutico. Descrição do caso clínico: Apresenta-se um caso de uma doente do sexo feminino, 36 anos, fumadora ativa (4-5 cigarros/dia), sem outros antecedentes pessoais de relevo, referenciada a consulta por recessão gengival localizada, na topografia do dente 31, de 6 mm até à JAC, com hemorragia à sondagem, sem trauma oclusal ou mobilidade dentária, em contexto de controlo razoável da placa bacteriana e fenótipo gengival festonado fino. Foi orientada para recobrimento radicular, tendo-se procedido a: preparação do leito recetor em espessura parcial por vestibular dos dentes 31 e 41, mediante desepitelização numa extensão horizontal entre 3 mm a distal dos referidos dentes e extensão vertical superior a 4 mm desde a margem inferior da recessão; confeção de retalho de tecido conjuntivo de base apical à recessão, rodado coronalmente e suturado com Vicryl 6-0; colheita do enxerto gengival livre do hemipalato esquerdo e adaptação com sutura simples papilar e periosteal e cerclagem aos dentes 32 a 42 com Ethilon 5-0. No primeiro mês de pós-operatório a doente apresentou sucesso no recobrimento radicular praticamente total do dente 31, e atualmente mantém vigilância mensal. Discussão e conclusões: O enxerto gengival livre tem sido frequentemente proposto para combater as condições mucogengivais desfavoráveis associadas ao bloco incisivo inferior, todavia com taxas de sucesso de recobrimento radicular pouco previsíveis. Em 2021 Carcuac et al. publicou uma série de casos em que aplica uma modificação desta técnica, mediante a adição de um retalho de tecido conjuntivo pediculado rodado coronalmente com o objetivo de melhorar a vascularização do leito receptor sobre a superfície radicular. Num ensaio clínico randomizado recente o autor atesta a superioridade desta técnica em incisivos mandibulares com recessões tipo I (Cairo et al.). O fenótipo fino da doente, aliado do tipo e localização da recessão, motivou a aplicação desta técnica, com bons resultados a breve prazo. Todavia, o caso carece de seguimento a logo prazo para melhor definir o sucesso da técnica, sem ignorar que a complexidade da mesma poderá comprometer um resultado ideal.


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