Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 21-22
#049 Herpes Zoster Oral – Relato de caso
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 64
Supplement - S1
Pages - 21-22
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Article History
Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023
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Resumo
Introdução: O herpes zoster é causado pela infeção pelo vírus varicela-zoster (VVZ), sendo a infeção primária denominada de varicela. Após a primo-infeção, o VVZ pode permanecer latente no organismo por um longo período. Neste trabalho, apresentamos um caso de herpes zoster oral. Descrição do caso clínico: Mulher de 60 anos, com antecedentes pessoais de Síndrome Metabólica e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. Dirigiu-se ao serviço de urgência por quadro de febre, cefaleia e dor facial à direita, associado a lesões aftosas no rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2022;64(S1) :1-53 21 palato com cerca de 3 dias de evolução, a condicionar limitação da alimentação. Associa o início do quadro clínico ao surgimento de lesões herpéticas no lábio superior, tendo realizado antivírico tópico nestas, com alívio parcial. Ao exame objetivo apresentava temperatura auricular de 38,9°C, lesões vesiculares no lábio e palato direitos, sem cruzar a linha média, associado a edema do hemilábio e adenopatias cervicais dolorosas homolaterais. Tendo em conta o quadro clínico sugestivo de infeção por herpes zoster instituiu-se terapêutica com aciclovir oral e analgesia. Após 10 dias de tratamento a doente ainda apresentava lesões no palato, em resolução, tendo sido prolongado o tratamento até resolução total do quadro clínico. Discussão e conclusões: A infeção pelo VVZ é caracterizada inicialmente por um período de pródromos de dor intensa, febre, cefaleia e mau estar generalizado, que precede o exantema vesicular doloroso. As lesões orais estão associadas a envolvimento do nervo trigémeo. Os diagnósticos diferenciais do herpes zoster oral podem incluir infeção por herpes simplex e estomatite aftosa recorrente do tipo herpetiforme. Contudo, as lesões unilaterais e dispersas, com distribuição dermatomal, são características distintivas da infeção por herpes zoster, o que facilita o diagnóstico com base na apresentação clínica. A neuralgia pós-herpética é a complicação mais frequente e acomete cerca de 20% dos doentes. Estima-se que a reativação do vírus ocorra em cerca de 10% a 30% da população portuguesa, sendo recomendada a vacinação para prevenção do herpes zoster, e suas complicações, em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos. O tratamento consiste na utilização de agentes antivirais e tratamento de suporte. O diagnóstico e o tratamento precoces são cruciais para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida destes doentes.