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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 21


#048 Manifestações Orais de Sífilis – a propósito de um caso clínico





Volume - 64
Supplement - S1

Pages - 21
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Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023


Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa, congénita ou adquirida, causada pela espiroqueta Treponema pallidum. A principal via de transmissão da doença é o contacto sexual com um parceiro infetado. A primeira manifestação da sífilis designa- se cancro duro e trata-se de uma úlcera geralmente indolor que surge no local de inoculação da bactéria (sífilis primária). Sem tratamento, a doença evolui para sífilis secundária, que se caracteriza pelo aparecimento de lesões com diversas apresentações na pele e mucosas, bem como adenopatias. Após um período de latência, a infeção pode evoluir para sífilis terciária com manifestações multissistémicas graves. Descrição do caso clínico: Doente do género masculino, 44 anos de idade, fumador 30 cigarros/dia, apresentou-se na consulta de Cirurgia e Medicina Oral da FMDUL referenciado pelo seu médico dentista. Apresentava várias lesões assintomáticas na cavidade oral com mais de 2 semanas de evolução. Referia odinofagia há cerca de 3 meses. Clinicamente identificaram-se placas brancas espessas irregulares no lábio inferior, ventre da língua, zona retromolar e pilar amigdalino anterior – compatíveis com placas mucosas - e nódulos endurecidos na zona póstero-lateral do dorso da língua – compatíveis com condiloma lata (manifestações de sífilis secundária). A hipótese diagnóstica de sífilis foi confirmada através de análise sanguínea reativa para VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) e FTA/ABS (Fluorescent treponemal antibody absorption). O doente afirmou ter práticas sexuais desprotegidas, nomeadamente felação. Foi descartada analiticamente a presença de infeção por HIV. O doente foi referenciado a consulta de infeciologia, tendo sido instituída terapêutica com penicilina G benzatínica (2,4 milhões de unidades) intramuscular. A resolução das lesões iniciou-se após alguns dias, com remissão completa após 6 semanas. Não se verificaram novas lesões nos 15 meses de controlo disponíveis. Discussão e conclusões: O relatório epidemiológico de 2019 do European Centre for Disease Prevention and Control (2022) alerta para o aumento de casos de sífilis nos países da EU/EEE. Em Portugal, de 2015 a 2019, os casos reportados passaram de 43 para 419 por 100.000 habitantes. Assim, é crucial que o profissional de saúde esteja desperto para esta patologia, já que a variada apresentação clínica pode dificultar o diagnóstico. O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para minimizar as consequências da doença e prevenir a sua transmissão.


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