Search options

Search
Search by author
Between Dates
to
Volume and Number
&
Spemd Logo

Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 14


#031 Glândula submandibular fantasma? – a propósito de um caso clínico incomum





Volume - 64
Supplement - S1

Pages - 14
Go to Volume


Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023


Introdução: A sialoadenite pode ocorrer de forma aguda ou crónica e pode apresentar etiologia infeciosa, autoimune ou obstrutiva, sendo esta última a mais frequente, muitas vezes associada a sialolitíase. A presença de sialólitos é mais comum na glândula submandibular, sendo indicado realizar exames de imagem de forma a caracterizar a localização, o número e o tamanho dos mesmos. Clinicamente perante uma sialoadenite aguda os pacientes apresentam dor e tumefação da glândula, já perante uma sialoadenite crónica as queixas álgicas são menos comuns e a glândula pode apresentar-se aumentada ou atrófica. Descrição do caso clínico: Mulher, 64 anos, polimedicada por múltiplas comorbilidades, inclusive para uma dislipidemia mista, foi referenciada para a consulta de Estomatologia por tumefação submandibular recorrente com cerca de um ano de evolução, sem outra sintomatologia associada e sem história de intervenções estomatológicas. Ao exame objetivo, apresentava drenagem salivar escassa, mas sem alterações qualitativas, pelo ducto de Wharton esquerdo, sendo palpável uma massa dura no pavimento oral homolateral, com cerca de 5 mm. A tomografia computorizada identificou um sialólito na porção anterior do ducto de Wharton esquerdo, relatando também uma ´indefinição da glândula submandibular esquerda, compatível com provável infiltração de adipócitos´. A utente foi submetida a sialolitectomia por via intraoral sob anestesia locoregional, com remissão das queixas. Apesar da benignidade do quadro, foi requisitada uma ressonância magnética para melhor caracterização da glândula submandibular esquerda e exclusão de outros possíveis diagnósticos diferenciais. Discussão e conclusões: Perante um quadro de sialoadenite aguda a tomografia pode evidenciar, para além da presença do sialólito, uma hipertrofia da glândula, juntamente com hiperdensidade do tecido glandular e hipervascularização. Já num quadro crónico, a glândula apresenta-se atrófica e, em alguns casos, com sinais de infiltração de adipócitos. Esta infiltração glandular é um processo incomum e, para além da sua associação a quadros crónicos de sialoadenite, pode também ser encontrada na sialoadenose ou traduzir um processo fisiológico de envelhecimento. Contudo, a substituição do tecido glandular por adipócitos tem também sido observada em patologias sistémicas como a hipertrigliceridemia, diabetes mellitus, cirrose e em doenças autoimunes como a síndrome de Sjögren.


Supplementary Content


  Download PDF