Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 9
#020 Litíase da glândula sublingual, a propósito de um caso clínico
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Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 64
Supplement - S1
Pages - 9
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Article History
Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023
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Resumo
Introdução: A sialolitíse é definida como a formação de cálculos no parênquima das glândulas salivares ou no interior dos seus ductos. A sua etiologia é desconhecida, sendo uma patologia comum das glândulas salivares com predominância pelo sexo masculino. A grande maioria dos casos ocorre na glândula submandibular, seguida pela glândula parótida, sendo raro ocorrer nas glândulas sublingual ou salivares minor. Clinicamente, é caracterizada por tumefação e dor na região da glândula afectada, com agravamento típico no período das refeições. Descrição do caso clínico: Doente de sexo feminino, 66 anos, sem antecedentes de relevo, foi referenciada à consulta de Estomatologia por tumefação recorrente do pavimento oral. À observação, apresentava uma tumefação flutuante e dolorosa do pavimento oral à direita, sendo visíveis e palpáveis várias massas milimétricas de tom amarelado e consistência pétrea, compatíveis com sialólitos. À expressão, havia fluxo de saliva límpida bilateralmente pelos ductos de Wharton, mas em menor volume à direita. A radiografia oclusal confirmou a presença de múltiplos sialólitos radiopacos. Para melhor localizar os sialólitos e planear o tratamento, foi realizada uma TC da face, que confirmou a presença de vários sialólitos impactados na porção distal do ducto de Wharton direito. Tendo em conta a sintomatologia e localização dos sialólitos, optou-se pelo tratamento cirúrgico, com sialolitotomia. A paciente teve uma recuperação completa, com prognóstico excelente. Discussão e conclusões: Os métodos diagnósticos mais utilizados são a radiografia oclusal e a ecografia, sendo que TC também pode ser útil; outros meios como sialografia ou sialoendoscopia também podem estar indicados. Dependendo do tamanho e localização do sialólito, bem como da sintomatologia associada, as opções terapêuticas são muito variadas, desde medidas conservadoras até ao tratamento cirúrgico, nomeadamente sialolitotomia, sialoendoscopia, litotricía ou até sialedenectomia. Com este caso pretendemos salientar a importância de um diagnóstico correto e atempado desta patologia, permitindo um tratamento menos invasivo, de forma a melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos doentes.