Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 8
#018 Anomalias vasculares na cavidade oral – 3 casos com diferentes orientações
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Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 64
Supplement - S1
Pages - 8
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Article History
Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023
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Resumo
Introdução: O termo anomalias vasculares engloba um conjunto variado de patologias que segundo a classificação da International Society for the Study of Vascular Anomalies (ISSVA) podem ser enquadradas em dois grandes grupos, os tumores vasculares e as malformações vasculares. Os tumores vasculares englobam lesões proliferativas que variam desde hemangiomas infantis a granulomas piogénicos. Por outro lado, as malformações vasculares são erros embriológicos, as três subclassificações são a linfática, venosa e arteriovenosa. Os sintomas podem variar desde edema, hemorragia com risco de vida ou obstrução da via aérea. As opções de tratamento incluem abordagens conservadoras, cirúrgia, escleroterapia e embolização. Descrição do caso clínico: Vamos apresentar 3 casos com orientações terapêuticas distintas. Primeiro caso, um doente com 71 anos apresentou-se com uma lesão exofítica de 1,5 cm de tamanho de cor violácea no dorso da língua que desaparecia à digitopressão. Realizou-se excisão da lesão, sob anestesia local e recurso a bisturi elétrico, com pequenas margens para evitar a recidiva. O relatório anatomopatológico relevou tratar-se de uma malformação arteriovenosa. Aos 6 meses pós-op a lesão não recidivou e doente não apresenta queixas. Segundo caso, uma doente com 68 anos que se apresentou com uma lesão exofítica no hemipavimento esquerdo da boca de cor violácea e que desaparecia à digitopressão, esta era causa de trauma com a prótese removível inferior que usava. Dada a localização da lesão e a proximidade a estruturas como o canal de Wharton e o nervo e artéria lingual optou-se por realizar escleroterapia com lauromacrogol. Aos 3 meses de pós-op e com apenas uma sessão a lesão desapareceu. Terceiro caso, uma doente com 58 anos que apresentava uma lesão plana de cor violácea no terço posterior do bordo esquerdo da língua com 2 cm. Na biópsia incisional houve dificuldade no controlo da hemóstase e edema, e revelou tratar-se anomalia vascular venosa. A ressonância magnética (RM) mostrou uma lesão captante de contraste com 19 mm de maior dimensão. O caso foi discutido com os colegas da Radiologia de Intervenção os quais avaliaram e decidiram manter vigilância. Discussão e conclusões: Este trabalho tem como objetivo mostrar que existe uma variedade grande de anomalias vasculares e nem todas são angiomas como por vezes é dito. É necessário realizar um diagnóstico correto, discutir em equipa e estar atualizado para os diversos tratamentos possíveis em cada situação.