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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 2


#004 Dor orofacial: Quando pensar na syndrome de Eagle?





Volume - 64
Supplement - S1

Pages - 2
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Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023


Introdução: A síndrome de Eagle é uma patologia rara resultante do alongamento da apófise estilóide e/ou calcificação do ligamento estilohioideu, interferindo com a função de estruturas vizinhas. A sua apresentação clínica é variável, podendo causar dor orofacial ou cervical e sintomas vasculares como síncope ou acidentes isquémicos transitórios, normalmente despoletados pelos movimentos do pescoço. Descrição do caso clínico: Mulher de 30 anos, diagnosticada com síndrome depressivo sob venlafaxina. Referenciada para consulta por quadro de dor orofacial e sensação de plenitude auricular mais marcada à esquerda com 10 anos de evolução. Previamente avaliada por Otorrinolaringologia, tendo sido submetida a turbinectomia e septoplastia aos 22 anos, sem melhoria do quadro. Objetivamente, verificou-se dor à palpação do músculo masseter e ponto infraparotídeo esquerdos, sem alterações da abertura bucal, articulares ou intraorais relevantes. A ortopantomografia revelou uma calcificação bilateral do ligamento estilohioideu, o que levantou a hipótese de Síndrome de Eagle como causa da sintomatologia apresentada. Quando questionada acerca de episódios de síncope ou lipotimia com movimentos cervicais vigorosos, relatou episódios de lipotimia que poderão enquadrar-se num quadro vascular, além do álgico, desta síndrome. No sentido de aliviar as queixas, procedeu-se à infiltração de mepivacaína a 2% na fossa infratemporal. A infiltração resultou na resolução total das queixas durante duas semanas, após as quais se verificou retorno da dor, embora mais ténue. Repetiu-se a infiltração, não se verificando, até às duas semanas, retorno das queixas álgicas e da sensação de plenitude auricular. Foi requisitada uma tomografia computorizada para avaliar a existência de contacto do ligamento estilohioideu com o corpo carotídeo, ainda não realizada. Caso este se verifique, ponderar-se-á a resseção cirúrgica do ligamento para prevenção da ocorrência de síncopes ou acidentes isquémicos transitórios futuros. Discussão e conclusões: Dependendo da sintomatologia, a síndrome de Eagle pode ser gerida de forma conservadora ou cirúrgica. Neste caso, a dor orofacial e a plenitude auricular foram geridas com sucesso com recurso à infiltração de mepivacaína na fossa infratemporal. Caso a sintomatologia continue a apontar para síndrome de Eagle como causa mais provável, a abordagem cirúrgica poderá vir a ser necessária para a resolução completa das queixas do foro vascular.


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