Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXII Reunião Científica Anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial Braga, 08 a 10 de julho de 2021 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 58-59
#SPODF2021-15 Caninos inclusos – caso clínico
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 63
Supplement - S1
Pages - 58-59
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Article History
Received on 08/07/2021
Accepted on 08/07/2021
Available Online on 08/07/2021
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Resumo
Introdução: Vários fatores etiológicos locais, sistémicos e genéticos estão na base da impactação dos caninos. É o segundo dente, depois dos terceiros molares a apresentar impactação e a sua prevalência varia de 1 a 4%. Afeta 2% da população e duplica no sexo feminino. A sua incidência é duas vezes maior na maxila em relação à mandibula e só 8% de todas as impactações são bilaterais. A posição palatina é dois terços mais prevalente que a vestibular. São duas as teorias para a erupção palatina: a teoria da guia eruptiva e a teoria genética. O diagnóstico diferencial em relação à sua etiologia, à sua posição ou à sua forma, entre outros, são fatores importantes para o estabelecimento quer do prognóstico ortodôntico, quer da terapêutica a adotar, e a atuação na dentição mista pode abreviar o tempo de tratamento. A percentagem de reabsorção nos incisivos laterais causada pela impactação varia de 38% a 66,7%. Também existe associação com a má oclusão de Classe II Div. 2. Descrição do caso clínico: Uma paciente com 12 anos, apresentava ausência dos caninos superiores e persistência do dente 63. A principal queixa foi a ausência dos caninos com comprometimento do sorriso. Após exame clínico e radiografico observou-se que os caninos definitivos estavam inclusos com a raiz já formada e as coroas além de muito próximas ao terço superior da raiz dos incisivos centrais, tinham um ângulo beta de aproximadamente 45º. Optou-se por tracionar os dois caninos, após cirurgia para colocação dos respetivos botões, uma vez que existia tendência para Classe III esquelética, facto patente na progenitora. Efetuou-se o tratamento ortodôntico e concluiu-se o caso em neutroclusão. Discussão: Os caninos inclusos/impactados muitas vezes requerem uma estratégia de tratamento multidisciplinar. Isto porque se a sua 58 rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2021;63(S1):53-62 tração e colocação na arcada dentária for impossível de realizar, teremos que recorrer a outras disciplinas além da cirurgia, nomeadamente quer para reabilitar o espaço dos mesmos quer para transformar os primeiros prémolares em caninos, obtendo um sistema estomatognático fisiológico, quer a nível estético quer funcional. Poder-se-ia optar pela extração e fecho de espaço, uma vez que a posição intra-óssea do dente incluso não era muito favorável. Conclusões: A escolha do plano de tratamento que se adeque ao objetivo do paciente, e em que a aplicação de forças de tração sejam executadas na direção mais favorável, para evitar lesões nos dentes adjacentes, e proporcionar uma estética e função canina adequadas é o tratamento ideal.