Resumo

Introdução: A utilização de miniplacas em Ortodontia para ancoragem temporária veio aumentar o leque de possibilidades para tratamentos em situações desfavoráveis. O critério para utilização destes sistemas é baseado no objetivo do tratamento, sendo que, dadas as características que oferecem, representam uma boa alternativa para tratamento de casos de mordida aberta, principalmente quando são de etiologia na excessiva extrusão molar, e que de outro modo só poderiam ser corretamente corrigidas com cirurgia ortognática. Descrição do Caso Clínico: Apresenta-se um caso de doente com 19 anos, previamente submetida correção ortodôntica de oclusão Classe II, que em 4 anos teve recidiva da oclusão Classe II com mordida aberta anterior. Dada recusa em realizar tratamento cirúrgico ortognático, foi proposta para tratamento com tração ortodôntica suportada em miniplacas maxilares para intrusão molar (controlo vertical). Discussão: A doente foi submetida a cirurgia para colocação de 2 miniplacas maxilares de ancoragem esquelética para ortodontia. Em 28 meses foi obtida a correção da arcada e oclusão, permitindo um tratamento eficaz e minimamente invasivo, com redução dos custos e morbilidade. Em comparação com os mini-implantes, a utilização destes sistemas permite aumentar a segurança em situações de carga imediata, diminuindo o risco de falência da ancoragem, contudo têm a desvantagem de custo acrescido e de necessidade de cirurgia para colocação e remoção do material. Conclusões: A intrusão molar com miniplacas aumenta o potencial de alterações esqueléticas enquanto minimiza mudanças dento-alveolares. Como este caso demonstra, permite um controlo vertical com correção da mordida aberta, possibilitando uma auto-rotação mandibular, uma correta estabilidade oclusal e uma melhoria do perfil estético. Este tratamento tem demonstrado resultados favoráveis, assim como estabilidade a longo-prazo, enquanto minimiza o custo e invasividade do tratamento em comparação com cirurgia ortognática.