Resumo

Objetivos: O presente estudo teve como finalidade apurar a implementação de medidas de sustentabilidade ambiental nas clínicas dentárias portuguesas. Pretendeu também conhecer a importância dada pelos diretores clínicos a medidas de sustentabilidade ambiental, bem como as barreiras sentidas na sua aplicabilidade. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo transversal e observacional cuja população- alvo foram diretores clínicos a trabalhar em Portugal (Médicos Dentistas ou Médicos Estomatologistas), utilizando-se como instrumento um questionário adaptado sobre o grau de implementação de medidas de sustentabilidade ambiental nas clínicas dentárias em 4 áreas: Gestão do papel; Gestão energética; Gestão da água; Gestão dos resíduos de dispositivos e equipamentos médicos, de amálgama dentária e de imagiologia. Foram também realizadas questões sobre a importância da implementação de medidas sustentáveis nas clínicas dentárias e as barreiras sentidas nas sua implementação. A aplicação realizou-se através de um formulário on-line na plataforma Google Forms, divulgado em vários grupos de profissionais de saúde oral nas redes sociais, em algumas revistas em formato digital da área e por e- mail através de sociedades médicas e que esteve disrev port estomatol med dent cir maxilofac. 2021;63(S1) :1-52 35 ponível entre fevereiro e abril de 2021. Foi realizada estatística descritiva de todas as variáveis. Resultados: Responderam 245 diretores clínicos, sendo 65,5% do sexo feminino, 43,7% entre 40 a 49 anos de idade, sendo que todas as regiões de Portugal foram representadas. Verificou-se um elevado grau de implementação de medidas de sustentabilidade ambiental relacionadas com imagiologia (82,6%), amálgama dentário (80,7%), gestão de água (67,5%), gestão energética (67,4%), gestão do papel (63,4%) e, por último, as que se referem aos dispositivos e equipamentos médicos, sendo esta com a percentagem mais baixa de implementação (62,9%). Quase a totalidade (96%) considerou que as medidas de sustentabilidade são importantes ou muito importantes, sendo que a maior barreira de implementação identificada foi o custo (82%) seguido da falta de formação/informação (30%). Conclusões: Os diretores clínicos demonstraram uma boa consciência ambiental, com um satisfatório grau de implementação de medidas de sustentabilidade ambiental nas clínicas dentárias. As principais barreiras para a implementação das medidas de sustentabilidade ambiental foram os custos e a falta de informação /formação.