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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 28-29


#066 Infiltração leucémica das glândulas salivares major – A propósito de um caso clínico





Volume - 63
Supplement - S1

Pages - 28-29
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Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022


Introdução: Os linfomas representam 5% das neoplasias malignas da cabeça e pescoço. São divididos em subgrupos, linfomas Hodgkin e linfomas não Hodgkin (LNH), sendo que os últimos representam 75% dos linfomas desta região. Os LNH são mais frequentes dos 70 aos 80 anos, com prevalência pelo sexo masculino e raça caucasiana. Dividem- se em tipo B, T ou NK, sendo os primeiros mais prevalentes. Clinicamente, manifestam sintomas constitucionais e do tipo B, e ocasionalmente tumefação cervicofacial. Descrição do caso clínico: Doente do sexo masculino, 74 anos, que apresentava tumefação bilateral da região parotídea, com 7 meses de evolução e crescimento progressivo. Apresentava antecedentes de leucemia linfocítica crónica (LLC) do tipo B, desde 2002. Mantendo evolução cíclica, alternando períodos livre de doença, com recidivas. Foi submetido a 5 abordagens terapêuticas, sem resposta sustentada no tempo. Desde Outubro de 2021, apresentava aumento progressivo, bilateral da região parotídea, asso- 28 rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2021;63(S1):1-52 ciado a diminuição da acuidade auditiva. Ao exame físico, apresentava tumefação bilateral da região parotídea, de consistência duro- elástica, limites bem definidos, indolor, com 10 cm de maior eixo à direita e 9,5 cm à esquerda. Apresentava também, globosidade das glândulas sublinguais e tumefação bilateral submandibular, de características semelhantes, com 4 cm de maior eixo à direita e 3,5 cm à esquerda e adenopatia cervical de nível II, de 2cm de maior eixo. Foi solicitada ressonância magnética das glândulas salivares, que confirmou aumento das dimensões das glândulas parótidas e submandibulares, com estrutura homogénea, preenchimento por líquido dos ouvidos médios e mastóides bilateralmente e inúmeras adenopatias. Foi iniciada nova abordagem terapêutica com Acalabrutinib, 100mg 2x/dia, com resolução da tumefacção cervicofacial e sublingual. Discussão e conclusões: As glândulas salivares são atingidas em 2 a 5% dos casos de LLC tipo B, sendo a glândula parótida a mais afetada. A ressonância magnética é o exame de eleição para confirmar a suspeita clínica. O seu prognóstico é variável, dependendo do tipo histológico e do índice de prognóstico internacional. O tratamento dos LLC tipo B, depende do seu estadiamento. Sendo a quimioterapia combinada R-CHOP, o gold-standard nos casos agressivos. Pacientes com doença avançada são actualmente tratados com imunoquimioterapia. Apesar da evolução terapêutica se revelar promissora, alguns doentes mantêm doença progressiva e incurável.


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