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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 27


#063 Infeção pelo papilomavírus humano (HPV) associado ao HIV – A propósito de um caso clínico





Volume - 63
Supplement - S1

Pages - 27
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Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022


Introdução: O HPV manifesta-se na cavidade oral através do aparecimento de lesões comoo papiloma escamoso oral, verruga vulgar, condiloma acuminado e hiperplasia epitelial multifocal.As lesões orais costumam ser múltiplas e podem estar localizadas em qualquer superfície mucosa. Podem apresentar-se como agrupamentos de projeções semelhantes a espículas brancas, crescimentos róseos semelhantes à couve?flor ou pápulas sésseis ligeiramente elevadas.A prevalência das lesões causadas pelo HPV é de aproximadamente 1 a 4% nos pacientes infetados pelo HIV, sendo maior do que aquela observada nos indivíduos imunocompetentes. Descrição do caso clínico: Mulher de 47 anos de idade, com antecedentes de HTA, sob terapêutica anti-hipertensora, internada em Infecciologia por HIV inaugural com doença definidora de SIDA – pneumocistose. Esta doente exibia lesões dispersas na cavidade oral, o que motivou a referenciação ao Serviço de Estomatologia. Ao exame físico intra-oral, observava- se edentulismo parcial e várias lesões exofíticas, de pequenas dimensões, na face dorsal da língua, especialmente no terço posterior, compatíveis com condilomas acuminados. A doente recusou realização de biópsia e foi referenciada à consulta de Patologia Oral para vigilância das lesões. Discussão e conclusões: Os pacientes infectados pelo HIV frequentemente demonstram subtipos menos comuns do HPV nas lesões orais, como o HPV- 7, o HPV- 13 e o HPV- 32 (associado à hiperplasia epitelial multifocal). Macroscopicamente as lesões podem ser sésseis ou papilares e ao exame histológico apresentam- se recobertas por um epitélio pavimentoso estratificado acantótico ou hiperplásico. O epitélio afetado frequentemente mostra vacuolização de várias células epiteliais (coilocitose) e pode exibir uma pequena variação no tamanho do núcleo. Na maior parte das vezes, a imunohistoquímica ou a hibridização in situ do DNA podem ser usadas para confirmar a presença e o tipo de HPV nos espécimes histopatológicos. Nas lesões relacionadas ao HPV nos pacientes com HIV têm sido encontradas alterações displásicas que torna obrigatória a vigilância desses pacientes de modo a detetar possível evolução para carcinoma espinocelular. O tratamento de escolha consiste na remoção cirúrgica; outras opções incluem crioterapia, eletrocauterização e ablação com laser. No entanto, todos esses métodos estão associados à recorrência frequente, e os dois últimos podem expor a equipa cirúrgica e o paciente a aerossol contendo HPV infetante.


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