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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 24


#054 Iatrogenia com Eucaliptol – A propósito de um caso clínico





Volume - 63
Supplement - S1

Pages - 24
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Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022


Introdução: Retratamento endodôntico não cirúrgico é a principal opção perante um insucesso endodôntico primário com sintomatologia associada. A reintervenção permite a eliminação de microrganismos intracanalares, restabelecendo a viabilidade dos tecidos perirradiculares. Uma das técnicas usadas para a remoção de material obturador é a dissolução química da guta-percha com solventes. Embora o eucaliptol esteja associado a baixa toxicidade, há a possibilidade de extrusão e irritação dos tecidos periapicais. Este trabalho pretende expor um caso raro de iatrogenia com Eucaliptol. Descrição do caso clínico: Mulher de 55 anos, com neoplasia da mama, sob quimioterapia até há um mês. Recorreu a consulta por queixas de sensibilidade e dor ao nível do dente 11. Objetivamente, o 11 apresentava alteração da cor, dor à percussão vertical, sem gengivite, mas com restauração coronária comprometida. Radiograma retroalveolar confirmou 11 endodonciado, sem alterações a nível radicular e periapical. Durante o retratamento endodôntico, na instilação do eucaliptol e remoção da guta-percha, a doente desenvolveu reação adversa com dor exuberante na área envolvente ao 11. Realizou- se lavagem abundante com soro fisiológico e anestesia local do palato e nervo infraorbitário. Doente manteve queixas de dor na hemimaxila e região frontoparietal direitas, sem edema da face. Medicou-se com anti-inflamatório, seguido de opióide, antiemético e analgésico, com melhoria clínica. Prescreveu-se analgesia, antibioterapia e corticoterapia para ambulatório. Recomendou-se aplicação de gelo local. Reavaliou- se 2 dias depois, doente sem alterações visuais e intraorais. Ao fim de 3 meses, assintomática, submeteu- se a 2.ª sessão de retratamento, sem intercorrências. Discussão e conclusões: A capacidade de dissolução dos solventes não é seletiva, podendo atuar nos remanescentes da polpa, bem como nos tecidos periapicais, se for permitida a entrada no espaço perirradicular por extrusão inadvertida do sistema radicular, podendo causar resposta inflamatória local e potencialmente necrose tecidual. Para evitar acidentes com solventes é essencial adotar medidas preventivas, como o uso de isolamento absoluto, respeitando o comprimento de trabalho, a pressão e velocidade de instilação. Em caso de acidente a substância deve ser aspirada e o local lavado abundantemente com solução salina estéril, a extensão e gravidade devem ser avaliadas. A prioridade é o alívio da dor, controle de edema e prevenção de infeções.


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