Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 23-24
#053 Reimplante intencional de segundo molar inferior como última alternativa conservadora
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 63
Supplement - S1
Pages - 23-24
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Article History
Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022
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Resumo
Introdução: O reimplante intencional (RI) consiste na extração propositada de um dente, manipulação endodôntica e reinserção no alvéolo o mais breve possível, a fim de tratar uma evidente falha clínica ou radiográfica de um tratamento endodôntico. Hoje, estão descritas taxas de sucesso a rondar os 90% sendo o objetivo deste trabalho detalhar um destes procedimentos. Descrição do caso clínico: Paciente do género masculino, 70 anos, apresentou-se com queixas de dor forte, sensação de ´dente alto´ e edema na gengiva na zona do dente 3.7. Ao exame clínico verificou-se que as queixas provinham desse dente que apresentava uma coroa metalo-cerâmica com mais de 10 anos. Adicionalmente, objetivou-se uma resposta dolorosa à percussão vertical e à palpação com supuração pelo sulco gengival e sondagem patológica associada. O exame radiográfico revelou a rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2021;63(S1) :1-52 23 existência de tratamento endodôntico prévio com presença de um falso-coto fundido e extensa lesão radiolúcida. Foi diagnosticado como dente previamente tratado com abcesso apical agudo, tendo sido realizada uma tomografia que permitiu obter mais informações sobre a extensão da lesão e forma da raiz. Face à extrema dificuldade técnica do retratamento ortógrado ou microcirúrgico, a opção conservadora proposta de RI foi aceite pelo paciente. No dia da intervenção foi realizada profilaxia do dente e adjacentes, radiografia pré-operatória, anestesia infiltrativa vestibular e lingual, extração atraumática, resseção apical de 3 mm, retropreparação com pontas de ultrassom e retro-obturação com MTA, reimplante, sutura cruzada, finalizando com radiografia pós-operatória. Todo o procedimento foi realizado por dois operadores e sob ampliação com microscópio ótico. Aos 9 meses apresenta evolução favorável. Discussão e conclusões: O RI apresenta-se como uma opção conservadora e económica, quando as hipóteses de retratamento endodôntico ou microcirurgia apical são de complexidade elevada, falharam ou se associam a riscos maiores.Os segundos molares mandibulares são um exemplo comum para a utilização desta técnica. Este caso de RI pretende mostrar que este é um procedimento confiável e previsível, podendo ser considerado como opção de tratamento em prol da conservação da dentição natural.