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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 20-21


#046 Quisto odontogénico radicular – Relato de caso clínico





Volume - 63
Supplement - S1

Pages - 20-21
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Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022


Introdução: Os quistos odontogénicos são cavidades revestidas por epitélio odontogénico e podem ser classificados em dois grupos: inflamatórios ou de desenvolvimento. Dos quistos odontogénicos, representando cerca de 52% a 68% dos que afetam os maxilares, destaca- se o quisto radicular. O quisto radicular encontra- se associado ao ápex de um dente erupcionado e surge como um processo inflamatório resultante da perda da vitalidade pulpar causada por um traumatismo ou cárie dentária. Embora frequentemente assintomático e de difícil diagnóstico durante o exame clínico de rotina, alguns sinais devem ser considerados tais como deslocamento de dentes, dor, edema e flutuação. Imagiologicamente, apresenta- se como uma radiotransparência bem definida, forma arredondada, unilocular, circundada por uma margem radiopaca que se estende desde a lâmina dura do dente envolvido, podendo envolver dentes adjacentes ou causar reabsorção radicular. Descrição do caso clínico: Paciente, sexo feminino e 62 anos de idade deslocou- se à Clínica Dentária Egas Moniz com dor na região anterior do maxilar superior. Após observação clínica complementada com uma ortopantomografia foi possível detetar uma imagem radiotransparente compatível com um quisto odontogénico. A lesão unilocular, com uma extensão de aproximadamente 3 cm, envolvia os dentes 11 e 21. Discussão e conclusões: O tratamento proposto e aceite pela paciente foi 20 rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2021;63(S1):1-52 a exodontia dos dentes 11e 21 com a enucleação da lesão. Realizou- se o descolamento do retalho em espessura total que permitiu verificar que a lesão reabsorveu a cortical óssea vestibular, dispensando o uso de instrumentos rotatórios. Removeu- se a lesão e procedeu- se à curetagem de todo o tecido de forma a diminuir a probabilidade de recidiva, encerrando- se o retalho com sutura reabsorvivel. A lesão foi enviada para exame histológico. Foi agendando um follow- up para 15 dias após a cirurgia para controlo e colocação prótese acrílica. A análise histológica confirmou o diagnóstico provisório de quisto radicular. Até ao momento não se observam sinais de recidiva da lesão pelo que poderá ser equacionada uma reabilitação fixa. As opções de tratamento para um quisto radicular passam por tratamento endodôntico, extração do dente associado, enucleação ou marsupialização seguida de enucleação. A decisão da terapêutica deverá ser baseada não só na análise clínica e radiográfica como também na história clínica e resultado histológico. Em outubro temos follow-up de 5 meses.


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