Search options

Search
Search by author
Between Dates
to
Volume and Number
&
Spemd Logo

Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 12-13


#028 Tumefação mandibular após extração – Um desafio diagnóstico





Volume - 63
Supplement - S1

Pages - 12-13
Go to Volume


Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022


Introdução: A dor mandibular associada a tumefação é um motivo frequente de admissão ao Serviço de Urgência, podendo corresponder a um amplo espectro de diagnósticos diferenciais, que incluem trauma, patologia infeciosa, patologia salivar, osteonecrose dos maxilares, doenças autoimunes ou quistos/tumores maxilares. Apresenta- se aqui o desafio diagnóstico inerente a um caso com início após uma extração dentária. Descrição do caso clínico: Doente do sexo feminino, 37 anos, antecedentes de depressão endógena, fumadora ativa, que recorreu ao Serviço de Urgência por tumefação mandibular esquerda dolorosa, com início após extração do dente 36 e quistectomia e um mês de evolução. Cumpriu quatro ciclos de antibioterapia com persistência do quadro. Ao exame objetivo, a tumefação paramandibular esquerda correspondia, intraoralmente, a um abaulamento en- 12 rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2021;63(S1):1-52 durecido do vestíbulo do sexto sextante, com sinais inflamatórios locais. O estudo imagiológico (ortopantomografia, radiografia retroalveolar, tomografia computorizada e ressonância magnética) demonstrou alvéolo de 36 vazio com ligeira esclerose, edema medular ósseo e miosite massetérica. Atendendo à ausência de melhoria com tratamento conservador, optou- se por proceder a uma exposição cirúrgica do alvéolo de 36, exérese do tecido mole que o preenchia, biópsia do osso alveolar e desbridamento ósseo/ostectomia marginal. A análise histológica das peças operatórias revelou uma lesão intraóssea com características de granuloma central de células gigantes, rodeada por osso com alterações inflamatórias reativas. Após um mês de pós?operatório, constatou-se uma melhoria clínica substancial, optando- se por manter vigilância clínica e radiográfica regular da doente. Discussão e conclusões: A aparente relação de causalidade entre o início das queixas e a extração dentária sugeria uma complicação da extração. A incerteza do diagnóstico, agravada pelas alterações radiográficas inespecíficas e ausência de melhoria com a terapêutica médica instituída, tornou imperativa a realização de biópsia. O diagnóstico de granuloma central de células gigantes, um tumor benigno de natureza não esclarecida (reativa versus neoplásica), não rejeita completamente a hipótese de uma lesão precipitada pelo trauma da extração, embora seja mais provável tratar- se duma lesão pré-existente. A abordagem cirúrgica simples, como a curetagem da lesão e ostectomia marginal, permanece uma estratégia válida, que requer vigilância regular pelo risco de recidiva.


Supplementary Content


  Download PDF