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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 5


#011 Intervenção e Follow-up de uma lesão central de células gigantes na mandíbula





Volume - 63
Supplement - S1

Pages - 5
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Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022


Introdução: A lesão central de células gigantes constitui uma lesão intraóssea benigna rara que afeta principalmente a estrutura esquelética, mas menos frequentemente a região maxilofacial. Na face ocorre mais frequentemente na zona anterior da mandíbula atravessando a linha média mandibular, embora possa ocorrer em ambos os maxilares. Em termos clínicos é típico a presença de expansão da cortical óssea, movimentação dentária e reabsorção óssea. Em cerca de 20% dos casos existe dor associada. A maioria dos casos ocorre entre os 10 e os 30 anos de idade. Embora este tipo de lesões sejam consideradas benignas, clinicamente podem se classificar em não agressivas ou localmente agressivas, podendo em alguns casos recidivar após tratamentos cirúrgicos. Descrição do caso clínico: Paciente de 15 anos de idade, compareceu a uma consulta por presença de tumefação na região do ângulo mandibular direito com dor à palpação. Em exame imagiológico, ortopantomografia e tomografia computorizada, foi identificada a presença de uma lesão radiolúcida envolvendo os dentes 48 e 47, com reabsorção da raiz distal do dente 47 e da cortical lingual mandibular. A abordagem terapêutica escolhida consistiu na curetagem da lesão e na imediata reconstrução com placas de titânio (sistema 2.4). O diagnóstico histopatológico confirmou a suspeita clínica de lesão central de células gigantes. Após seis anos de acompanhamento, o paciente encontra- se sem sinais de recidiva e com uma completa cicatrização óssea local com manutenção dos contornos mandibulares. Discussão e conclusões: A abordagem terapêutica para este tipo de lesões pode ser cirúrgica, farmacológica ou híbrida. A primeira consiste em curetagem óssea com osteotomia marginal ou ressecção do osso afetado com margem de segurança, enquanto a segunda consiste na administração de um corticoide intra- lesional, calcitonina sistémica ou interferão- α. A terceira opção de tratamento, por outro lado, é considerada quando se pretende reduzir a lesão para que a cirurgia possa ser menos invasiva. A opção terapêutica escolhida neste caso clínico corresponde ao tratamento de escolha em 73,3% dos casos. Neste caso clínico em particular a possibilidade de acompanhamento prolongado garante uma maior vigilância devido ao risco de recidiva associada.


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