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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Figueira da Foz, 13 a 15 de outubro de 2022 | 2022 | 63 (S1) | Page(s) 3


#006 Freio labial superior: a propósito de um caso clínico





Volume - 63
Supplement - S1

Pages - 3
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Received on 13/10/2022
Accepted on 13/10/2022
Available Online on 13/10/2022


Introdução: O freio labial superior é uma prega de membrana mucosa de forma triangular, constituída por tecido conjuntivo, epitélio e fibras musculares. Na maioria dos casos, está inserido na região mediana da superfície interna do lábio superior e da gengiva maxilar. De acordo com o local de inserção, o freio labial superior pode ser classificado em mucoso (se inserido na união mucogengival), gengival (se inserido na gengiva aderida), papilar (quando inserido na mucosa interincisiva) ou papilar penetrante (quando se insere na papila interincisiva e penetra até à papila palatina). Descrição do caso clínico: Criança de 4 anos, saudável, é referenciada à Consulta de Estomatologia com alteração do padrão alimentar por dor, devido a traumatismos de repetição do freio labial superior. Apresentava dentição decídua completa, um freio labial superior hipertrófico papilar penetrante com manobra de Graber positiva e um diastema mediano superior associado. Tendo em conta o quadro de traumatismos de repetição e dor, optou- se por realizar uma frenectomia labial superior segundo a técnica de Archer modificada. O pós-operatório decorreu sem complicações. Após um mês, encontrava- se assintomática, sem novos episódios de trauma ou dificuldade na alimentação. O aumento do vestíbulo permitiu uma melhor higiene oral. Será novamente observada aquando da erupção do bloco incisivo?canino definitivo para avaliar o encerramento ou patência do diastema mediano superior. Discussão e conclusões: Freios labiais superiores com inserção baixa, nomeadamente os papilares e papilares penetrantes, estão muitas vezes associados a repercussões clinicas, como diastema mediano superior, problemas de autolimpeza do vestíbulo, traumatismos de repetição e recessão gengival. Na dentição decídua, quando há erupção normal dos incisivos centrais e laterais superiores, por norma não se avança logo para a frenectomia assumindo uma conduta expectante. Contudo, traumatismos de repetição são uma das indicações para correção cirúrgica. Com este caso pretendemos salientar a importância do conhecimento da patologia e sua evolução, reservando intervenções invasivas a casos selecionados, como o descrito.


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