Resumo

Objetivos: Os objetivos deste estudo foram caracterizar a implementação da escovagem e de outras medidas de promoção da saúde oral em jardins de infância e identificar os fatores que influenciam a implementação da escovagem dos dentes. Métodos: A recolha de dados foi efetuada através de um questionário online dirigido aos educadores de infância a lecionar em Portugal. O questionário incluiu a caracterização do jardim de infância, do educador, da escovagem dos dentes e de outras medidas. Foi realizada a estatística descritiva e inferencial, utilizando o teste não-paramétrico do qui-quadrado (α=0,05). Resultados: A amostra incluiu 1618 educadores de infância, com uma média de 47,1 anos (dp=9,975). A escovagem diária era realizada em 40,6% dos jardins de infância. As principais razões apontadas para a não escovagem foram o risco de transmissão de doenças e limitações de recursos humanos e de espaço. Uma percentagem considerável de jardins de infância (43,8%) nunca foi visitada pelas equipas de saúde oral. Nos jardins de infância onde os educadores exercem há mais anos (p=0,004), onde os educadores tiveram formação sobre saúde oral (p<0,001) e onde as equipas de saúde oral atuaram (p<0,001), a escovagem dos dentes foi mais frequente. Conclusões: A escovagem dos dentes revelou-se implementada em menos de metade dos jardins de infância portugueses, sendo que esta é potenciada pela formação dos educadores em temas sobre saúde oral e pelas ações das equipas de saúde oral.

© 2022 Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária. Publicado por SPEMD. Este é um artigo Open Access sob uma licença CC BY-NC-ND

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Abstract

Objectives: The objectives of this study were to characterize the implementation of toothbrushing and other oral health promotion activities in kindergartens and to identify the aspects that influence the implementation of toothbrushing. Methods: Data were collected through an online questionnaire addressed to kindergarten teachers working in Portugal. The questionnaire included the characterization of the kindergarten, the educator, toothbrushing, and other measures. Descriptive and inferential statistics were performed using the non-parametric chi-square test (α=0.05). Results: The sample included 1618 kindergarten teachers, with an average age of 47.14 years (sd=9.975). Daily toothbrushing was performed in 40.6% of kindergartens. The main reasons for not brushing were the risk of disease transmission and limited human resources and space. A considerable percentage of kindergartens (43.8%) had never been visited by an oral health team. Toothbrushing was more frequent in kindergartens where the educators had been working for longer (p=0.004), oral health training was provided (p<0.001), and oral health teams were active (p<0.001). Conclusions: Toothbrushing was implemented in less than half of the Portuguese kindergartens and was fostered by the educators' training on oral health issues and by the action of oral health teams.

© 2022 Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária. Published by SPEMD. This is an open access article under the CC BY-NC-ND license