Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XLI Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) 7, 8 e 9 de outubro de 2021 | 2021 | 62 (S1) | Page(s) 20
Casos Clínicos
#047 Tratamento ortodôntico de doente portador de fenda lábio palatina unilateral– caso clínico
a Instituto de Ortodontia, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 62
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 20
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Article History
Received on 07/10/2021
Accepted on 07/10/2021
Available Online on 07/01/2022
Keywords
Resumo
Introdução: A fenda lábio? palatina é considerada um dos defeitos congénitos mais comuns na região da cabeça e do pescoço, apresentando uma etiologia multifatorial. Apesar de existirem diferentes protocolos de tratamento, este geralmente inicia?se na primeira infância com a reparação cirúrgica do defeito do lábio e/ou palato, permitindo uma melhoria a nível da função e da estética facial. Todavia, os processos cicatriciais que advêm destas cirurgias apresentam algumas sequelas como o colapso ântero? posterior e transversal do maxilar. Assim, a expansão maxilar para correção da discrepância transversal pode estar indicada por forma a restabelecer o crescimento fisiológico. Este trabalho pretende apresentar um caso clínico de um doente portador de fenda lábio palatina submetido a expansão lenta do maxilar. Descrição do caso clínico: Um doente de 15 anos do sexo feminino dirige?se à consulta do Instituto de Ortodontia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra para correção da má oclusão associada à fenda labiopalatina uniletaral direita. A doente referiu na história clínica pregressa ter sido submetida a uma quieloplastia aos 3 meses, a uma palatoplastia aos 4 meses e a uma cirurgia de enxerto ósseo aos 12 anos. À observação intraoral, apresentava uma Classe II de angle, Classe I canina e a agenesia dos dentes 12, 11 e 41. O plano de tratamento consistiu na expansão maxilar com recurso ao quad? helix, colocação de aparatologia fixa multibrackets roth 0,18 e o encerramento da fístula oroantral presente através de uma distração óssea de transporte no 1.º quadrante e de um enxerto ósseo secundário. Discussão e conclusões: Os principais objetivos da expansão maxilar são corrigir a discrepância transversal, estabelecer a forma do arco maxilar, abrir espaço para o enxerto ósseo e melhorar o acesso à área do enxerto ósseo alveolar. O protocolo de expansão lenta preconiza forças mais leves e contínuas, o que permite uma maior integridade sutural durante a expansão, menor dano e hemorragia, desprogramação da postura e resultados mais estáveis a longo prazo. Estes fatores possibilitam uma terapêutica mais cómoda e menos dolorosa para os doentes. Em doentes portadores de fenda lábio palatina, a escolha pela expansão maxilar lenta, permite uma expansão mais fisiológica, evitando a necrose/dano dos tecidos adjacentes à região da fenda.