Resumo

Introdução: A maioria dos pré?molares inferiores apresenta uma raiz com um canal. A presença de mais de uma raiz e mais de um canal ocorre mais frequentemente nos primeiros pré?molares do que nos segundos pré?molares. A falta de conhecimento da anatomia radicular bem como capacidades técnicas pode levar à não identificação ou inadequada instrumentação e obturação dos canais radiculares. Descrição do caso clínico: Em todos os casos os pacientes foram encaminhados para a consulta de Endodontia para avaliação do dente 34. Nos casos 1 e 2, após avaliação clínica, testes de sensibilidade pulpar e exames radiográficos diagnosticou? se, necrose pulpar com periodontite apical assintomática tendo sido proposto o tratamento endodôntico não cirúrgico. Após anestesia, isolamento absoluto, remoção da cárie, restauração pré?endodôntica, refinamento da cavidade de acesso com ponta de ultrassons foram identificados dois canais, no caso 1 confluentes e no 2, independentes. No caso 3, depois de um mais detalhado exame radiográfico, tomografia computadorizada de feixe cónico de alta resolução (CBCT), e realização de testes de percussão e palpação, foi diagnosticada periodontite apical assintomática, tendo sido proposto o retratamento endodôntico não cirúrgico. Após o procedimento inicial, foi identificado o canal lingual independente. O canal vestibular foi desobturado com o sistema Reciproc e com o recurso a limas 30 Hedsrev troem. Todos os canais foram instrumentados com o sistema ProTaper Next, a irrigação realizada com NaOCl 5,25% e a obturação foi feita com gutta?percha, através da técnica de condensação de onda contínua e cimento. Após 6 meses, os pacientes permanecem assintomático. Discussão e conclusões: Canais não identificados durante o tratamento endodôntico poderão servir como reservatório de microrganismos, que são uma das principais causas da persistência da periodontite apical, podendo levar ao insucesso do mesmo. A presença de dois canais no primeiro pré? molar inferior, é um aspeto morfológico a ter em conta. O orifício do canal lingual tem normalmente um ângulo agudo e pode estar localizado no terço médio ou apical o que torna difícil a sua identificação. O uso de exames radiográficos, de ampliação e a conformação da cavidade de acesso, são essenciais para a localização dos canais. Assim, a identificação dos canais aliada a uma correta instrumentação e técnica de obturação, permitirá um bom prognóstico do tratamento endodôntico.