Resumo

Introdução: A epúlide fissurata é uma lesão resultante de uma reação hiperplásica do tecido conjuntivo fibroso e se desenvolve em associação com os limites de uma prótese total ou parcial mal ajustada. Apresenta? se como tecido hiperplásico no vestíbulo alveolar, com a mesma coloração da mucosa. Geralmente é uma massa firme e fibrosa, embora algumas lesões sejam eritematosas e ulceradas. O seu tamanho pode variar de 1 cm a lesões maiores (que envolvem grande parte do comprimento vestibular). Descrição do caso clínico: Doente de 55 anos, do sexo feminino, recorreu à consulta pela impossibilidade de uso da prótese de acrílico superior associada à dor. Ao exame objetivo, apresentava lesão fibrótica hiperplásica na crista vestibular do segundo quadrante, com aproximadamente 2,5 cm de diâmetro maior compatível com Epulide fissuratum Optou? se pela excisão da lesão com laser Erbium YAG. O procedimento foi realizado sob anestesia local. O modo Long Pulse (etapa 1) foi usado para fazer a ablação inicial da lesão logo acima do tecido adjacente. Usando os parâmetros de tratamento descritos não ocorreu qualquer hemorragia durante o procedimento. Numa segunda etapa, foi utilizado o modo Very Long Pulse para terminar a ablação até o nível do tecido adjacente. O efeito térmico dos pulsos do modo VLP coagula os vasos sanguíneos menores na área circundante, eliminando a hemorragia. A hemostasia proporcionada pelo laser reduz a formação de hematomas, contribuindo para uma recuperação mais confortável. Por fim (passo 3), utilizou? se a opção do laser de baixa energia através da peça Genova (Neodímio: YAG), para promover a aceleração da formação de colagénio e também a cicatrização pós?operatória. Logo após o término da cirurgia, a prótese de acrílico foi rebasada e a doente voltou para casa com a própria prótese colocada. Discussão e conclusões: Neste caso, foi realizada a excisão da lesão com laser de Erbium (Er: YAG) Lightwalker da Fotona. Esta forma de excisão resulta num pós?operatório indolor e conduz à cicatrização acelerada devido à ablação com laser Er: YAG, permitindo ao paciente colocar imediatamente a nova prótese adaptada ao novo vestíbulo. As técnicas convencionais incluem o uso de um bisturi, o que exigiria sutura. Isso teria levado a maior grau de desconforto pós?operatório e também à necessidade de retorno para retirar os pontos de sutura.