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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLI Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) 7, 8 e 9 de outubro de 2021 | 2021 | 62 (S1) | Page(s) 7


Casos Clínicos

#014 Fibromatose gengival hereditária – A propósito de um caso clínico


a Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Central – Hospital de S. José, Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Central – Hospital D. Estefania

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Volume - 62
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 7
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Received on 07/10/2021
Accepted on 07/10/2021
Available Online on 07/01/2022


Introdução: A fibromatose gengival hereditária ou elefantiase gengival caracteriza? se por um crescimento lento, progressivo e benigno dos tecidos gengivais. Estes apresentam coloração normal, consistência firme, sem sinais inflamatórios. Pode aparecer na forma isolada ou englobado numa síndrome. As caraterísticas mais frequentemente associadas são a hipertricose, a perturbação do desenvolvimento intelectual e a epilepsia. Pode causar problemas estéticos e funcionais, entre os quais, a dificuldade na fonação, dor por traumatismo do tecido gengival, atraso na erupção, atraso da esfoliação dos dentes decíduos, diastemas e alterações da oclusão. O risco de cárie aumenta, por dificuldade no controlo da placa bacteriana. A etiologia tem uma componente hereditária, com transmissão, fundamentalmente, autossómica dominante. Estudos genéticos determinaram uma condição geneticamente heterogénea. Atualmente conhecem? se quatro loci associados à forma isolada de fibromatose gengival hereditária: dois no cromossoma 2 (GINGF no 2p21? 22 e GINGF3 no 2p22.3? p23.3), um no cromossoma 5 (GINGF2 no 5q13? q22) e outro no cromossoma 11 (GINGF4 no cromossoma 11p15). Descrição do caso clínico: Doente do sexo feminino, raça negra, 27 anos de idade, em seguimento neste Serviço. Apresenta aumento generalizado gengival, com expressão máxima ao nível dos 2.º, 3.º e 4.º quadrantes. Sem antecedentes pessoais patológicos, mas com história familiar idêntica (mãe e irmão). Realizou? se gengivectomia em 3 momentos, 1 por quadrante, no período de 6 meses. O exame histológico revelou: hiperplasia fibroepitelial da gengiva, paraqueratose do epitélio. Sem evidência de neoplasia. Pedimos a colaboração da especialidade de Genética, mas a doente não compareceu a nenhum dos 3 agendamentos efetuados e abandonou o seguimento em Estomatologia. Discussão e conclusões: O diagnóstico mais provável, face à história pessoal e familiar, é o de Fibromatose Gengival Hereditária. Apesar de terem sido excluídas outras causas de aumento do volume gengival a avaliação multidisciplinar, nomeadamente o despiste genético seria mandatório. A fibromatose gengival hereditária acarreta limitações estéticas e, em algumas situações, funcionais, mas é compatível com uma vida dentro dos padrões de normalidade. No caso clínico em apreço a melhoria do componente estético poderá ser a razão do desinteresse da doente no seguimento hospitalar.


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