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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLI Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) 7, 8 e 9 de outubro de 2021 | 2021 | 62 (S1) | Page(s) 5-5


Casos Clínicos

#010 Lesão mandibular num caso de mieloma múltiplo: Uma abordagem multidisciplinar


a Serviço de Estomatologia do Centro Hospitalar Universitário São João, Serviço de Imunohemoterapia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho

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Volume - 62
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 5-5
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Received on 07/10/2021
Accepted on 07/10/2021
Available Online on 07/01/2022


Introdução: O mieloma múltiplo apresenta um amplo espectro de manifestações clínicas, incluindo lesões ósseas líticas que tipicamente envolvem o esqueleto axial. O atingimento dos ossos maxilares não é incomum, sendo o ângulo e ramo da mandíbula os locais mais frequentemente afetados. A gestão da morbilidade associada a estas situações nem sempre é fácil, exigindo uma abordagem multidisciplinar, como se relata neste caso. Descrição do caso clínico: Um doente do sexo masculino, 52 anos de idade, foi diagnosticado com mieloma múltiplo IgG/kappa (estádio IIIB-SD) com lesões osteolíticas na coluna lombar. Realizou radioterapia lombar (20Gy, 4Gy/dia) e quimioterapia (dexametasona em alta dose, seguida de quatro ciclos de bortezomib/talidomida/dexametasona) com obtenção de resposta completa. Menos de seis meses depois, o doente desenvolveu uma tumefação dolorosa na hemiface esquerda associada a abaulamento intraoral no terceiro quadrante. Foi observado pelo Serviço de Estomatologia, tendo sido requisitada uma tomografia computorizada craniofacial que revelou uma lesão osteolítica de 36x11mm no corpo da mandíbula à esquerda e uma massa de 40x28mm ocupando os seios esfenoidais, células etmoidais posteriores, cavidade nasal esquerda e seio cavernoso, condicionando reabsorção óssea. Realizou?se uma biópsia da lesão mandibular que mostrou infiltração óssea pelo mieloma múltiplo. Perante o diagnóstico de recidiva precoce e doença extramedular, reiniciou?se radioterapia (30Gy, 3Gy/dia) e quimioterapia com o esquema PACE (2 ciclos). Apesar da diminuição das dimensões da massa sinonasal, a lesão osteolítica mandibular persistiu. Realizou? se escalada terapêutica do esquema de quimioterapia que foi posteriormente suspensa por ausência de resposta. O aumento progressivo da massa mandibular comportou dor intensa e trismo, dificultando a alimentação e causando grande impacto na qualidade de vida. Durante este período foram realizados tratamentos estomatológicos regulares de forma a aliviar a dor orofacial, limitar o risco de infeção local e controlar a hemorragia intraoral. Entretanto o doente foi proposto para cuidados paliativos, vindo a falecer dois anos após o diagnóstico. Discussão e conclusões: Este caso enfatiza as dificuldades que podem estar associadas à abordagem de lesões líticas mandibulares no contexto de mieloma múltiplo, destacando a importância de uma abordagem multidisciplinar desta doença.


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