Resumo

Objetivos: Estudar o impacto dos fatores sociodemográficos e das condições de saúde oral, nomeadamente as necessidades de tratamento não satisfeitas no que concerne à cárie dentária, os dentes perdidos e a presença de traumatismos dentários na Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde Oral de uma população portuguesa de adolescentes de 18 anos. Materiais e métodos: Foram utilizados dados secundários do terceiro Estudo Nacional de Prevalência de Doenças Orais, referentes a adolescentes portugueses de 18 anos. Os dados foram recolhidos a partir de um questionário relativo aos fatores sociodemográficos e aos impactos da saúde oral na qualidade de vida, para além de um exame clínico à cavidade oral dos adolescentes. A análise estatística foi realizada através do programa SPSS, versão 25 (IBM®). Resultados: Verificou-se que 32,7% dos adolescentes reportaram pelo menos um impacto da saúde oral na qualidade de vida nos últimos 12 meses. Constatou-se que o sexo e a atividade laboral dos adolescentes influenciam significativamente os impactos na qualidade de vida relacionada com a saúde oral. Demonstrou-se, ainda, que a existência de necessidades de tratamento não satisfeitas quanto à cárie dentária, de dentes perdidos e de traumatismos dentários também tem uma influência significativa na qualidade de vida, originando mais impactos negativos nesta. Conclusões: A existência de impactos negativos na Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde Oral varia com o estado da saúde oral e os fatores sociodemográficos dos adolescentes. Nas consultas de Medicina Dentária devem ser tomadas em consideração as preocupações que os adolescentes demonstram com a sua saúde oral, bem como os problemas orais que originam impactos físicos, sociais e psicológicos na sua vida diária, de modo a proceder à sua identificação e resolução, contribuindo consequentemente para uma melhoria da sua Qualidade de Vida.