Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
SPEMD - Congresso Online da SPEMD – NEXTGEN 2020 11 e 12 de dezembro de 2020 | 2020 | 61 (S1) | Page(s) 24
Investigação Original
#057 Estudo da variabilidade canalar em molares superiores: avaliação com CBCT
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 61
Supplement - S1
Investigação Original
Pages - 24
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Article History
Received on 11/12/2020
Accepted on 11/12/2020
Available Online on 21/12/2020
Keywords
Resumo
Objetivos: Os molares superiores são dentes que clinicamente são desafiantes devido à sua variabilidade anatómica do sistema de canais. Por esse motivo, pode ocorrer insucesso do tratamento endodôntico quando o segundo canal mesiovestibular (MV2) não é localizado e devidamente tratado. O objetivo deste estudo foi investigar a variabilidade da anatomia canalar dos primeiros e segundos molares superiores através da análise de imagens por tomografia computadorizada de feixe cónico (CBCT). Materiais e métodos: Foram selecionados de forma aleatória, do arquivo de imagens radiográficas da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, 183 CBCT e analisados 610 molares maxilares: 303 primeiros e 307 segundos molares superiores, com canais não tratados. Calculou? se a prevalência do número de raízes, canais radiculares, configurações canalares, canais MV2 e o segundo canal distovestibular (DV2). Os dados foram correlacionados com a idade, o sexo, o quadrante e a simetria entre dentes adjacentes e contralaterais dos primeiros e segundos molares superiores. Analisaram?se também os canais mesiovestibulares com comunicação e o número de forâmenes apicais. Resultados: A maioria dos dentes apresentou 3 raízes (92% dos primeiros e 74,3% dos segundos molares) e com 4 canais (64,7% primeiros e 37,1% segundos molares). A prevalência geral do canal MV2 foi de 73,6% e 39,7% e do canal DV2 4,6% e 0,6%, nos primeiros e segundos molares respetivamente. Na presença de canais MV2, a configuração mais frequente foi do tipo II, comunicantes e com 1 forâmen apical tanto no primeiro como no segundo molar superior. Não se encontrou significância estatística entre a presença dos canais adicionais e o sexo e a idade dos doentes ou o quadrante dos dentes. Verificou? se uma simetria quanto ao número de raízes, canais e presença do canal MV2 em dentes contralaterais. Conclusões: A prevalência do canal MV2 continua variável entre muitos estudos, porém, sabe? se que é superior nos primeiros molares relativamente aos segundos molares superiores. De acordo com o presente estudo, existe uma elevada probabilidade de existir um canal MV2 no primeiro ou segundo molar superior, caso este esteja presente no dente contralateral. O clínico deverá sempre suspeitar da existência de um canal MV2 no primeiro molar superior e ter em mente que é possível que este também surja no segundo, independentemente do sexo e da idade do doente.