Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
SPEMD - Congresso Online da SPEMD – NEXTGEN 2020 11 e 12 de dezembro de 2020 | 2020 | 61 (S1) | Page(s) 14-15
Casos Clínicos
#035 Tratamento endodôntico de um segundo molar superior com 4 canais mesiovestibulares
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 61
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 14-15
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Article History
Received on 11/12/2020
Accepted on 11/12/2020
Available Online on 21/12/2020
Keywords
Resumo
Introdução: O conhecimento clínico sobre as variações anatómicas do segundo molar superior é essencial para a sua eficaz exploração e abordagem. Neste trabalho apresentamos um caso clínico, nunca previamente reportado, de um tratamento endodôntico de um segundo molar superior (2. ºMS) definitivo com 6 canais radiculares em que 4 dos mesmos se encontravam na raiz mesio? vestibular (MV): MV1,MV2, MV3 e MV4. Descrição do caso clínico: Paciente do género feminino recorreu a uma consulta com queixas de dor constante. Ao exame clínico e radiográfico o dente 17 apresentava cárie disto?vestibular (DV) e restauração oclusal em amálgama. Ausência de dor à palpação ou mobilidade. Resposta dolorosa à percussão vertical e ausência de resposta ao teste de sensibilidade ao frio. Foi diagnosticada necrose pulpar e periodontite apical sintomática. Foi proposto tratamento endodôntico. Após anestesia, isolamento e acesso sob ampliação com microscópio óptico foi efetuado um refinamento com ponta de ultrassom e identificou? se um extenso sulco de desenvolvimento entre o canal MV e o canal palatino (P), que continha 3 canais adicionais (MV2, MV3 e MV4). Foi realizada a permeabilização, determinação do comprimento radiográfico e a preparação canalar, com o sistema de limas rotatórias Endogal, sob constante irrigação com hipoclorito de sódio 5,25%. Numa segunda consulta foi realizado o protocolo de irrigação final e a obturação canalar com gutta? percha e cimento. O dente foi definitivamente restaurado com resina composta com recobrimento cuspídeo. Aos cinco meses a paciente encontra? se sem sintomas e radiograficamente sem alterações. Discussão e conclusões: Segundo um estudo prévio, no 2.ºMS a raiz MV apresenta em 43.8% das vezes 2 canais radiculares. Uma meta? análise recente conclui que a prevalência do canal MV3 em 2.º MS é de 0,3%. Os casos publicados de MV4 em 1.ºMS são raros, e não se encontra na literatura nenhum caso alguma vez descrito de MV4 em 2.ºMS. No caso aqui apresentado verificou? se a existência de 4 canais radiculares na raiz MV, de configuração tipo XXI (4? 1) tendo as raízes P e a DV apenas um canal radicular cada. Casos clínicos de 2.ºMS com esta complexidade anatómica são raros. A utilização de microscópio óptico foi essencial para a deteção e abordagem de todos os canais radiculares. O uso concomitante de pontas US permitiu expor todo o sulco de desenvolvimento radicular e respetivos canais de uma maneira conservadora.