Resumo

Introdução: Desde os anos 70, que se estudam maneiras de preservar o osso alveolar, para melhores resultados prostodônticos. Uma das técnicas estudadas para preservação óssea alveolar foi a descoronação, que se baseia na utilização de raízes submergidas vitais ou não?vitais e que demostrou desencadear muito poucos processos inflamatórios.
Estão descritos também na literatura alguns casos de colocação de implantes através de dentes anquilosados, para reduzir trauma sobre o paciente, não tendo sido demostradas complicações associadas a este procedimento. A técnica de Socket Shield, pela manutenção de uma porção radicular e a imediata colocação do implante em íntimo contacto com essa raíz, também demostrou resultados clínicos muito positivos. O objetivo do trabalho foi relatar um caso de redução óssea para a colocação de implantes, utilizando a descoronação dos dentes remanescentes no mesmo acto da redução óssea. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo masculino, 73 anos, que recorreu à consulta para melhorar o seu sorriso e corrigir ausências de peças dentárias com reabilitação fixa. Foi realizado exame clínico, radiografia panorâmica, registo e impressão digital (3Shape® TRIOS 3). A análise do sorriso, revelou um sorriso gengival muito pronunciado, que nestes casos pode dificultar toda a reabilitação. Foi apresentado ao paciente o plano para substituição total dos dentes por implantes e reabilitação fixa. O nível gengival/ósseo, foi avaliado e de forma a esconder transição e permitir reabilitação funcional e estética com sucesso, foi programado redução e regularização óssea de 18 mm. Tendo em conta a literatura existente e de forma a diminuir trauma ao paciente e tempo de cirurgia, a equipa decidiu programar corte de osso integrado com corte de dentes vitais, colocação de quatro implantes com guia cirúrgica e utilizando a técnica de all?on?4 ®, mantendo as raízes dos dentes submergidas. Discussão e conclusões: Sabemos que a perda de osso alveolar, pós extracional nos implantes é uma realidade que pode comprometer o sucesso a longo prazo das nossas reabilitações. Atualmente existem técnicas bem fundamentadas, que passam pela manutenção de raízes ou restos radiculares, que permitem manter esse osso e evitar essa perda óssea. Desta forma conseguimos planear uma cirurgia mais previsível, mais rápida, mais limpa, com menos trauma para o paciente e menos complicações, associadas a um melhor pós?operatório e sucesso do nosso tratamento.