Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
SPEMD - Congresso Online da SPEMD – NEXTGEN 2020 11 e 12 de dezembro de 2020 | 2020 | 61 (S1) | Page(s) 2
Casos Clínicos
#003 Dens in Dent: caso clínico de um incisivo lateral
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 61
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 2
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Article History
Received on 11/12/2020
Accepted on 11/12/2020
Available Online on 21/12/2020
Keywords
Resumo
Introdução: Dens in Dent (DiD) e uma malformacao dentaria caracterizada por uma invaginacao revestida por esmalte da superficie da coroa e/ou raiz previa a mineralizacao. A sua prevalencia varia entre 0,3 e 10%, sendo maior nos incisivos laterais, seguidos pelos incisivos centrais, em ambos os maxilares. Descrição do caso clínico: Apresentamos o caso de uma doente de 49 anos, sem antecedentes pessoais de relevo, medicada com anticoncecional oral. Ha cerca de 5 anos teve um episodio de abcesso odontogenico em relacao ao dente 2.2, com drenagem purulenta, que motivou tentativa de tratamento endodontico radical (TER) ha cerca de 3 anos pelo seu dentista assistente, sem sucesso por nao ser possivel obturar um segundo canal radicular (sic). Desde entao assintomatica, mantendo seguimento da lesao radiolucente periapical no dentista assistente, que recomendou a exodontia, motivando a referenciacao ao Servico de Estomatologia. Ao exame objetivo constatou? se que o dente 2.2 apresentava diametro mesiodistal maior que o contralateral, com restauracao provisoria classe I, sem dor a percussao e sem aumento da mobilidade. Observava? se orificio na mucosa vestibular entre os dentes 2.2 e 2.3, compativel com trajeto fistuloso, sem drenagem ativa e sem dor a palpacao. Na ortopantomografia nao se objetivavam lesoes e a zona correspondente ao segundo sextante apresentava artefactos de sobreposicao. A radiografia retro? alveolar permitiu identificar uma lesao radiolucente periapical em relacao com o dente 2.2, com uma aparente invaginacao do esmalte, grosseiramente paralela ao longo eixo do dente, ultrapassando a juncao amelocementaria, o que permitiu o diagnostico de DiD. Verificou? se ainda obturacao incompleta dos canais radiculares. No caso apresentado, tendo em conta o mau prognostico deste dente, devido ao grau de dificuldade do TER, e o risco de agravamento da perda ossea, optou? se pela extracao do dente 2.2 e enucleacao da lesao quistica associada, sob anestesia local, que a doente aceitou com a indicacao de reabilitacao com implante a posteriori. Discussão e conclusões: A etiologia dos DiD mantem? se controversa, englobando causas como trauma, infecao e dismorfias celulares hiperplasicas. Perante o diagnostico clinico de DiD, na ausencia de sintomas ou sinais de doenca pulpar, o tratamento de primeira linha consiste em selar a invaginacao. Perante sinais e sintomas de infecao, o tratamento a adotar e o TER. Quando ineficaz, a cirurgia apical ou a extracao dentaria estao indicadas.