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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXI Reunião Científica Anual da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial Lisboa, 4 a 6 de abril de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 89


Casos Clínicos

#SOPDF-08 Tratamento ortopédico da classe III com recurso a ancoragem óssea: caso clínico





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 89
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: A má oclusão de Classe III resulta de uma deficiência maxilar e/ou prognatismo mandibular, resultando num perfil côncavo e mordida cruzada anterior. Em pacientes jovens são utilizadas forças pesadas para tracção anterior da maxila, estimulando o seu crescimento e redireccionando/ restringindo o crescimento mandibular com recurso a máscara facial. No entanto, esta abordagem está associada a um aumento da dimensão vertical facial por rotação posterior da mandíbula e pro-inclinação incisiva, sendo necessária compliance por parte do paciente. Em 2009, Hugo de Clerk publicou a descrição de um caso clínico mostrando a eficácia da utilização de ancoragem esquelética como ancoragem para aplicação de forças elásticas para correcção de classe III esquelética. Lin Lu (2015) publicou um artigo demonstrando a eficácia da utilização de expansores híbridos para o tratamento de mordida cruzada posterior em adolescentes. Nesse estudo, verificou-se que os expansores híbridos, quando comparados com os dentossuportados, provocam maior expansão óssea, menos deiscências ósseas e menor tipping ao nível dos pré- -molares. Em 2017, Al-Mozany publicou um artigo demonstrando a combinação de expansores híbridos e ancoragem esquelética no tratamento de pacientes de classe III em crescimento. Descrição do caso Clínico: Paciente do sexo feminino, 10 anos de idade, classe III esquelética, mordida cruzada anterior. Tratada com recurso a um expansor híbrido, uma placa mentoniana e elásticos intermaxilares. O caso foi finalizado com aparatologia fixa 022 para correcção do apinhamento dentário. Tempo de tratamento: 26 meses. Discussão: A abordagem apresentada mostrou resultados positivos no tratamento da classe III de pacientes em crescimento. Esta abordagem parece ser uma alternativa válida à abordagem clássica com máscara facial e expansor dentossuportado. A presente técnica demonstra como vantagens o conforto do paciente,a maior compliance e a redução da pro-inclinação incisiva, sendo que é também eficaz em pacientes mais velhos (10/12 anos). A principal desvantagem advém da necessidade de uma intervenção cirúrgica invasiva para a colocação da ancoragem esquelética. Conclusão: A combinação de um expansor híbrido associada com ancoragem esquelética na arcada mandibular mostra bons resultados no tratamento de classes III esqueléticas em pacientes na fase final de crescimento.


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