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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

2.º Congresso da Sociedade Portuguesa de Endodontologia Coimbra, 31 de maio e 1 de junho de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 80-81


Casos Clínicos

SPE#15 – Abordagem de incisivos inferiores com dois canais a propósito de casos clínicos





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 80-81
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: O correto conhecimento da configuração do sistema de canais radiculares é um fator de elevada relevância no sucesso do tratamento endodôntico. Existem diversos fatores que afetam a morfologia dentária e canalar nomeadamente a região geográfica, a etnia, o género, entre outras. Deste modo, o endodontista deve estar a par de todos estes fatores para realizar a abordagem mais correta e previsível de todos os casos clínicos. Os incisivos inferiores são geralmente dentes monorradiculares, mas existe uma pequena percentagem de dentes com duas raízes distintas. No que toca à prevalência de dois canais esta revela-se relativamente elevada, sendo repetidamente confirmada na literatura a complexidade do seu sistema de canais. Deste modo, os incisivos inferiores devem ser abordados como tendo sempre dois canais até prova em contrário. Perante casos de anatomia canalar complexa o operador deve tomar diversas atitudes pré-operatórias para garantir o máximo sucesso do seu tratamento, como a realização de diversas radiografias periapicais com angulações distintas e se necessário recorrer à Tomografia Computorizada de Feixe Cónico (CBCT) de forma a confirmar definitivamente a anatomia canalar. Como em todos os casos endodônticos, a preparação do acesso é um passo de extrema importância para a localização da anatomia e um correto preparo canalar. Descrição dos casos clínicos: Os casos clínicos apresentados correspondem a incisivos centrais e laterais inferiores com anatomia canalar complexa, que ao exame radiográfico apresentam uma lesão radiolúcida. Quanto ao diagnóstico revelaram a presença de necrose pulpar e periodontite apical assintomática, sendo a opção terapêutica escolhida o tratamento endodôntico não cirúrgico. Após avaliação radiográfica verificou-se que para dois casos clínicos a lesão regrediu ao fim de 3 meses e noutro caso ao fim de 8 meses. Discussão e conclusões: A dificuldade anatómica em encontrar os canais implica uma boa preparação da cavidade de acesso de modo a permitir um fácil acesso dos instrumentos endodônticos bem como fornecer uma maior visualização dos canais radiculares ao operador. Dadas as percentagens relativamente elevadas de incisivos inferiores centrais e laterais com dois canais torna-se de capital importância o conhecimento adequado das variações do sistema de canais radiculares.


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