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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

2.º Congresso da Sociedade Portuguesa de Endodontologia Coimbra, 31 de maio e 1 de junho de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 76-77


Casos Clínicos

SPE#6 – Sinusite Odontogénica Maxilar Crónica de etiologia infeciosa





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 76-77
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: A Rinosinusite Maxilar Crónica de origem dentária (um subtipo da Sinusite Odontogénica Maxilar) tem uma incidência significativa e muito variável entre os estudos (entre 10 a mais de 50%). Os dentes posterosuperiores encontram?se em estreita relação com os seios maxilares e em cerca de 40% dos casos as raízes dos molares estabelecem íntimo contacto com o seio maxilar. O presente trabalho visa descrever o diagnóstico e tratamento de um caso clínico, com follow?ups que evidenciam a resolução da patologia após tratamento endodôntico do molar superior necrosado. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo feminino, 20 anos (ASA 1), surge na clínica com odontalgia severa no dente 16, dor intensa no seio frontal e maxilar direitos, que agrava com inclinação anterior da cabeça. Obstrução nasal, maioritária ao lado direito e rinorreia. Após a observação oral, verifica-se no 16 a presença de uma restauração extensa em resina composta; testes de percussão vertical e horizontal positivos; testes térmicos e elétricos negativos. As radiografias periapicais revelaram espessamento do ligamento periodontal, pelo que foi diagnosticada necrose pulpar com periodontite apical sintomática. Como exame complementar, foi efetuada 1 tomografia computorizada de feixe cónico (CBCT). A utente iniciou antibioterapia e foi realizada a preparação canalar do dente com sistema Hyflex CM, irrigação canalar com hipoclorito de sódio a 3% e medicação intracanalar com hidróxido de cálcio. Duas semanas depois, o dente foi obturado com Guta-percha e cimento à base de resina epóxica (AH Plus®), tendo sido restaurado definitivamente com resina composta (Admira®, Voco) pela técnica directa incremental. Foram efetuados 3 controlos pós-operatórios aos 1, 12 e 24 meses. Discussão e conclusões: A Rinosinusite Maxilar Crónica de origem dentária é uma discinesia mucociliar temporária e reversível, secundária a uma infeção dentária e/ou tratamento odontogénico que afeta a integridade da membrana Schneider e do assoalho do seio. Como tal, o clínico deve reconhecer as características da patologia e o tratamento incide primariamente, no controlo da infeção. Os procedimentos cirúrgicos tradicionais no seio maxilar devem ser realizados apenas após a resolução da situação endodôntica e em casos recalcitrantes. A antibioterapia poderá oferecer alívio dos sintomas, melhorando a limpeza dos seios, e esta é indicada apenas e somente em infeções de rápida disseminação.


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