Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
SPEMD - XXXIX Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) - O Congresso do Centenário Porto, 18 e 19 de outubro de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 63-64
Investigação Original
#158 Potencial acidogénico de componentes dietéticos na erosão em dentição decídua
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 60
Supplement - S1
Investigação Original
Pages - 63-64
Go to Volume
Article History
Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019
Keywords
Resumo
Objetivos: A erosão dentária, clinicamente traduzida pela perda progressiva e irreversível de esmalte por um processo químico de dissolução ácida sem ação microbiológica, apresenta etiologia multifatorial, motivada essencialmente por fatores predisponentes intrínsecos e extrínsecos, entre os quais os hábitos dietéticos. Está pouco descrita em dentes decíduos, extrapolando?se os padrões erosivos ocorridos na dentição permanente apesar das diferenças estruturais. Este trabalho preliminar visou caraterizar o potencial acidogénico de componentes dietéticos frequentemente consumidos por crianças e a possível influência na incidência de erosão em dentição decídua. Materiais e métodos: Testaram? se sete produtos distintos: leite adaptado NAN® OPTIPRO 2 (Nestlé, S.A.), rebuçados Halls® sabores cítricos sem açúcar, pastilhas Bubbaloo® sabor cola e Trident® Max Splash morango e lima (Mondelez Portugal), papas de fruta Saqueta de Frutas Tropicais Continente® (Modelo Continente Hipermercados, S.A), Blédina® Frutapura alperce, pêra e banana (Milupa Comercial, S.A) e Nutribén® boião de maçã, banana, laranja e bolacha (Alter, S.A.), sujeitos a pré? tratamento; consoante o produto a ser testado, o pré? tratamento diferiu, cumprindo protocolos previamente descritos, procedendo?se posteriormente a caraterização química relativa ao pH (Consort P800 Basic Benchtop Meter), e acidez titulável. Resultados: Na avaliação química o pH dos produtos avaliados variou entre 2,38? 6,57. As pastilhas Bubbaloo® sabor cola (Mondelez Portugal) apresentaram o valor de pH mais baixo e o leite adaptado NAN® OPTIPRO 2 (Nestlé, S.A.) o mais elevado. Relativamente aos valores de acidez titulável, variaram entre 2,1 mL para Nutribén® boião de maçã, banana, laranja e bolacha (Alter, S.A.) e 8,4 mL para os rebuçados Halls® sabores cítricos sem açúcar (Mondelez Portugal). Conclusões: O consumo frequente de produtos com baixo pH e valores de acidez titulável mais elevados parecem determinantes na predisposição e evolução da erosão, apesar da influência de outros fatores (tipos de ácidos presentes, adesividade, efeito quelante, teor de fosfatos, fluoretos, cálcio e capacidade tampão salivar). Os componentes testados apresentaram pH inferior ao pH considerado crítico para o esmalte e valores elevados de acidez titulável, podendo contribuir para o risco de erosão em dentição decídua, tendencialmente prenunciando a ocorrência na permanente, tornando crucial o diagnóstico precoce e a implementação de medidas preventivas.