Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
SPEMD - XXXIX Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) - O Congresso do Centenário Porto, 18 e 19 de outubro de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 30
Casos Clínicos
#072 Retração dentária em massa com mola em L – a propósito de um caso clínico de biprotrusão
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 30
Go to Volume
Article History
Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019
Keywords
Resumo
Introdução: O perfil labial de um indivíduo é resultado de duas principais características: o complexo dentoalveolar que sustenta o lábio; e suas próprias características intrínsecas como espessura, tonicidade, etnia, idade e género. A biprotrusão caracteriza?se por uma posição avançada dos processos dento?alveolares, resultando numa protrusão labial e convexidade aumentada, a que por vezes se associa incompetência labial. A maioria dos casos de biprotrusão é tratada com exodontias e retração dos dentes anteriores, possibilitando melhorias na estética dentária e facial. Segundo alguns autores nos casos de Classe II com biprotrusão, relativamente à seleção dos dentes a serem extraídos, as duas principais opções recaem sobre os primeiros pré?molares de ambas as arcadas ou primeiros pré?molares superiores e segundos pré?molares inferiores. O fechamento dos espaços e a biomecânica utilizada depende da técnica utilizada, sendo uma das possibilidades, no caso dos sistemas sem fricção, a utilização de molas com retração em massa. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo feminino com 15 anos, perfil convexo e biprotruso. Possui uma relação incisivo labial de 4 mm e um selamento labial com tensão muscular. Apresenta uma Classe I dentária com apinhamento moderado, uma sobremordida horizontal e vertical de 5 e 2mm respetivamente. Em termos cefalométricos regista um padrão braquifacial, Classe II esquelética (convexidade de 3,2 mm (Ricketts) e ANB de 4,2) e promaxilia. Relativamente ao problema dento?esquelético os incisivos encontram?se protruídos e proinclinados. Discussão e conclusões: A correção da biprotrusão foi realizada recorrendo à extração de primeiros pré?molares superiores e segundo pré?molares inferiores atendendo à Classe II esquelética. O fechamento do espaço residual resultante das exodontias e alinhamento da arcada inferior foi efetuado sem preocupações de ancoragem. Na arcada maxilar optou?se por uma retração em massa com molas em L próximas do bracket do canino. A presente técnica implica a utilização de dobras de préativação para controlo da proporção momento?força. Numa situação inicial sem proinclinação incisiva aumentada, uma terapêutica de retração em duas fases será porventura preferível como reporta o trabalho de Chiang e col. (2015). No final a doente apresenta uma oclusão de Classe I num equilíbrio facial harmonioso com selamento labial sem esforço.