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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

SPEMD - XXXIX Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) - O Congresso do Centenário Porto, 18 e 19 de outubro de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 26


Casos Clínicos

#062 Eczema Labial – um caso de queilite atópica ou de contacto irritativa?





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 26
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: A dermatite de contacto é uma doença inflamatória, não infeciosa, muito comum mas altamente prevenível, cuja sintomatologia é altamente relevante para o doente. A queilite atópica e a queilite de contacto irritativa são alguns dos tipos de eczema labial. Estes podem ter como origem mais frequentemente, entre outras causas, produtos do nosso cotidiano como batons, medicamentos tópicos, dentífricos, próteses dentárias, alimentos, instrumentos musicais de sopro ou canetas, que veiculam alérgenos ou irritantes que desencadeiam uma dermatite atópica ou de contacto irritativa. Descrição do caso clínico: Mulher de 82 anos, sem antecedentes de relevo, recorre à consulta de urgência de Estomatologia por lesões muito dolorosas descamativas em toda a extensão de ambos os vermelhões. A Doente referia as alterações dos lábios como progressivas ao longo do último mês, após a aplicação de batom hidratante e posteriormente peróxido de hidrogénio em fissuras labiais incipientes, negando qualquer história de infeção herpética pregressa. Após recurso ao Médico de Medicina Geral e Familiar, suspendeu o peróxido de hidrogénio e iniciou aplicação de sucralfato e vaselina, revelando alguma melhoria inicial, mas insuficiente. Ao exame objetivo, apresentava os vermelhões edemaciados e eritematosos, com várias fissuras bem demarcadas, transversais e bilaterais em toda a extensão do vermelhão que invadiam a região cutânea do lábio, sem hemorragia ativa, erosão ou lesões descamativas. Adicionalmente apresentava dor à palpação que condicionava fortemente a abertura bucal. Com o diagnóstico de eczema labial, queilite atópica ou de contacto irritativa, provavelmente pelo uso excessivo do peróxido de hidrogénio a doente foi tratada com Betametasona com ácido fusídico, pelo risco de sobreinfeção bacteriana, com uma aplicação tópica 2 vezes por dia. A Doente revelou uma evolução favorável com melhoria do eczema e das queixas álgicas logo após 48 horas e apresentava? se praticamente assintomática após uma semana. Discussão e conclusões: Os eczemas de difícil controlo, devem sempre levantar a suspeita de dermatite de contacto ou atópica, no caso, queilite de contacto ou atópica, por vezes facilmente diagnosticadas com uma boa anamnese e identificação do agente causal, geralmente produtos do nosso meio. É também importante diferenciar as queilites eczematosas das queilites actínicas, com tratamentos distintos, sobretudo por uma destas se tratar de uma lesão oral potencialmente maligna.


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