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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

SPEMD - XXXIX Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) - O Congresso do Centenário Porto, 18 e 19 de outubro de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 16


Casos Clínicos

#036 Carcinoma Epidermóide da Língua – Caso Clínico





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 16
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: O carcinoma epidermóide da língua representa 25 a 40% de todos os carcinomas intra-orais, tem predileção pelo género masculino (2:1) e raça negra e surge sobretudo das 6.ª à 8.ª décadas de vida, tendo a sua incidência aumentado em indivíduos mais jovens. É tipicamente assintomático, ocorrendo dor e disfagia em estadios mais avançados. Pode apresentar-se como uma úlcera com bordos exofíticos endurecidos, uma eritroplasia, leucoplasia, leucoeritroplasia ou um nódulo endurecido. O local mais frequentemente acometimento é o bordo postero-lateral da língua (45%). Quando existam, as metástases são normalmente encontradas nos gânglios linfáticos cervicais ipsilaterais à lesão. Os principais fatores etiológicos são os hábitos tabágicos e alcoólicos. O tratamento de eleição passa pela resseção cirúrgica do tumor, assim como dos gânglios linfáticos cervicais associados, atendendo à localização e estadiamento. Uma resseção com margem livre de doença com cerca de 1 a 1,5 com é aconselhada. A taxa de sobrevida é globalmente baixa. Descrição do caso clínico: Homem, 42 anos, caucasiano, recorreu ao serviço de urgência por lesão no bordo direito da língua, com 6 meses de evolução, associada a dor e dificuldade da higienização, sem trauma associado. Realizou vários tratamentos (analgesia, antifúngico e antibioterapia) sem resolução do quadro clínico. Negou antecedentes pessoais, medicação habitual, hábitos tabágicos e alcoólicos. Ao exame objetivo, observou-se lesão ulcerada, eritematosa, com 2 x 2 cm, no terço médio do bordo lateral direito da língua, com bordos irregulares e duros à palpação que se revelou dolorosa. Sem adenopatias cervicais palpáveis. Foi realizada biópsia incisional, com resultado anátomo-patológico de carcinoma epidermóide bem diferenciado, pelo que se procedeu posteriormente a glossectomia marginal direita com encerramento direto com rotação da ponta da língua e esvaziamento supra homo-hioideu ispsilateral, que se revelou sem metástases. Discussão e conclusões: Este caso clínico prima pelo fato do doente não apresentar os principais fatores etiológicos da patologia em causa o que reforça a necessidade de obtenção de uma história clínica detalhada e da realização de um exame objetivo minucioso de toda a cavidade oral, assim como dos gânglios cervicais. As úlceras crónicas, eritematosas, persistentes (mais de 3 semanas) devem sempre ser objeto de biópsia. O carcinoma da cavidade oral em fases precoces é normalmente assintomático, o que leva a um atraso no diagnóstico.


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