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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

SPEMD - XXXIX Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) - O Congresso do Centenário Porto, 18 e 19 de outubro de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 12


Casos Clínicos

#028 Fístula oro?cutanea de origem odontogénica – relato de caso clínico





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 12
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: Uma fístula oro-cutânea consiste numa comunicação patológica entre a cavidade oral e a pele. Existem várias causas para a sua ocorrência, embora a mais frequente resulte de um processo infecioso crónico dos tecidos periapicais. Cerca de 80% dos casos ocorrem na mandíbula, sendo a fistulização dos molares/pré-molares preferencialmente para o corpo da mandíbula e a dos incisivos/caninos para o mento. Descrição do caso clínico: Homem de 65 anos, referenciado pelos cuidados de saúde primários, por abcessos dentários de repetição. Ao exame objetivo apresentava múltiplos dentes cariados e formação nodular na hemiface direita, com descarga purulenta à palpação intra/extra oral dos tecidos adjacentes. Na ortopantomografia realizada, objetivava-se dente 4.3 extensamente cariado, com processo apical crónico associado e aparente esboço de trajecto fistuloso, compatível com a situação clínica exibida pelo doente. Tendo recusado tratamentos conservadores, foi proposto para exodontias múltiplas em bloco sob anestesia geral e reavaliado ao final de 1 mês. Por manter fistula oro-cutânea e queixas de ordem estética, procedeu-se à realização de fistulectomia em regime de ambulatório sob anestesia local. Na consulta pós-operatória ao 1 e 3 meses observava-se resolução completa do trajecto fistuloso e excelente cicatrização dos tecidos, ficando com indicação para massajar diariamente a cicatriz e realizar a sua reabilitação oral assim que possível. Discussão e conclusões: O diagnóstico de um trajecto fistuloso no contexto de uma infecção odontogénica crónica pode por vezes constituir um desafio. As lesões cutâneas nem sempre surgem em estreita proximidade com a infeção subjacente, e apenas cerca de 50% dos doentes se recordam de uma correlação temporal entre o seu desenvolvimento e uma dor de origem odontogénica. As fístulas oro-cutâneas podem ser fonte de desconforto considerável para os doentes, quer pela descarga contínua de conteúdo purulento e/ou de saliva, quer pelo compromisso estético que acarretam. O tratamento de primeira linha deve passar pela remoção do foco infeccioso – desejavelmente e sempre que possível, através do tratamento endodôntico radical do dente envolvido ou, como último recurso, pela exodontia do mesmo. Nos casos em que existe uma cicatrização aberrante ou que, pela cronicidade do processo, o trajecto fistuloso se torna fibrosado e fonte de queixas, está indicada a realização de fistulectomia, tal como foi preconizado neste caso.


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