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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

SPEMD - XXXIX Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) - O Congresso do Centenário Porto, 18 e 19 de outubro de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 3


Casos Clínicos

#006 Lesões radiopacas – um desafio diagnóstico: a propósito de um caso clínico





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 3
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: As lesões radiopacas dos maxilares surgem frequentemente nos exames radiológicos solicitados na prática clínica. Estas lesões podem apresentar diversas localizações, formas, dimensões e etiologias. As displasias cemento-ósseas constituem um conjunto de lesões fibro-ósseas raras, benignas, auto-limitadas, que afetam mais mulheres de raça negra, por volta da quarta e quinta década de vida. A origem destas lesões não é clara, no entanto, existe um consenso geral de que se originam a partir do ligamento periodontal. As osteoscleroses idiopáticas definem-se como áreas de esclerose, de etiologia desconhecida, com maior incidência em mulheres de raça negra, entre a terceira e quarta década de vida. São aceites como variantes anatómicas, não estando relacionadas com processos inflamatórios, neoplásicos, displásicos ou patologias sistémicas. Na cavidade oral, localizam-se com maior frequência na região posterior da mandíbula. Descrição do caso clínico: Doente do sexo feminino, 30 anos de idade, raça caucasiana, sem antecedentes pessoais de relevo, medicação habitual ou alergias. Referenciada para a consulta de Estomatologia do Hospital de Braga por apresentar uma lesão radiopaca no quarto quadrante. A doente apresentava-se sem qualquer tipo de queixas. Ao exame objetivo não se verificava qualquer alteração de relevo da cavidade oral. A ortopantomografia realizada demonstrava uma imagem radiopaca, no quarto quadrante, com halo radiolucente, em estreita relação com a região periapical do dente 43. Adjacente ao dente 4.8, verificava-se ainda uma lesão radiopaca homogénea com limites bem definidos. Discussão e conclusões: O diagnóstico definitivo das displasias cemento-ósseas e osteoscleroses idiopáticas requer apenas a integração de aspectos clínicos e radiológicos. As displasias cemento-ósseas podem ser confundidas com lesões periapicais, tais como abcessos, lesões quísticas e alguns tumores odontogénicos. No entanto, para além de não haver sintomatologia associada, estas lesões relacionam-se com um dente viável, não restaurado e com o ligamento periodontal integro. As osteoscleroses idiopáticas apresentam um vasto conjunto de diagnósticos diferenciais. Contudo, também não apresentam sintomatologia associada nem qualquer evolução das suas características ao longo do tempo. Ambas as entidades patológicas não requerem tratamento e por isso, o erro diagnóstico pode conduzir à realização de procedimentos invasivos supérfluos e dos seus riscos inerentes.


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